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EducaçãoAlemanha

Alemanha reabre escolas em meio a aumento de casos de covid

22 de fevereiro de 2021

Maioria dos estados alemães retoma aulas do ensino fundamental após quase dois meses de paralisação. Cresce apelos para antecipação da vacinação de professores e educadores.

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Sala de aula cheia de crianças e a professora dando a aula com áscara na Alemanha
Aulas retornam em 12 dos 16 estados alemães Foto: Jens Schlüter/AFP/Getty Images

Dez dos 16 estados da Alemanha retomaram as aulas do ensino fundamental e reabriram creches nesta segunda-feira (22/02), quase dois meses da paralisação destas atividades devido às medidas impostas pelo governo alemão para conter a pandemia de covid-19.

A decisão de reabrir as escolas para as crianças mais novas foi tomada na última reunião entre a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e os governadores dos estados alemães, na semana passada. Na época, a Alemanha registrava uma leve queda contínua nas taxas de infecção em todo o país.

No entanto, esta tendência se inverteu. Nesta segunda-feira, a Alemanha registrou um aumento na taxa de incidência de novos casos de covid-19 pelo terceiro dia consecutivo. Um dos principais fatores deste crescimento das infecções seriam as variantes mais contagiosas que se espalharam pelo país.

Além dos dez estados que retomaram as aulas presenciais nesta segunda-feira, a Saxônia e Baixa Saxônia já havia reaberto as escolas. Com isso, em apenas quatro estados as escolas permanecem fechadas: Bremen, Hamburgo, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Saxônia-Anhalt.

Ministros apoiam vacinas para educadores

A Ministra da Família da Alemanha, Franziska Giffey, defendeu a reabertura das escolas, em entrevista à emissora pública alemã ZDF, mas também pediu que funcionários de instituições de ensino e de creches tivessem prioridade na vacinação.

O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, deve discutir a opção de antecipar a vacinação para professores e funcionários de escolas e creches, o que requer alterações nas determinações governamentais em relação ao procedimento e cronograma do programa de imunização, nesta segunda-feira com autoridades estaduais.

Em entrevista à ZDF, Spahn expressou sua frustração com o novo aumento de infecções. "É irritante, está irritando todo mundo", disse. "Também traz certa incerteza, e é por isso que cautela, testes e vacinação devem seguir na pauta agora enquanto avançarmos."

A vacinação antecipada para funcionários do ensino recebeu apoio também da ministra da Educação da Alemanha, Anja Karliczek. "Se um grande número de professores e educadores fosse protegido pela vacina, isso os ajudaria no ensino dos alunos e no trabalhos nas creches", disse à agência alemã de notícias DPA.

Contudo, Karlizcek também afirmou que autoridades estaduais devem reagir ao novo aumento das infecções. "Tenho certeza de que os estados levarão isso em consideração ao tomar suas decisões sobre a reabertura", disse. 

Baden-Württemberg distribui vacina para professores

Embora a antecipação da imunização de educadores ainda não foi confirmada a nível nacional, o secretário da Saúde de Baden-Württemberg, Manfred Lucha, disse à emissora pública de rádio SWR que seu estado estava preparado para vacinar professores a partir desta segunda-feira.  

"Já decidimos que vamos vacinar educadores e professores, que vamos dar o exemplo com a boa vacina da AstraZeneca, que temos disponível em grandes quantidades", afirmou Lucha.

Devido à falta de estudos mais conclusivos sobre os efeitos do imunizante em idosos, a vacina de Oxford só pode ser aplicada na Alemanha em adultos com menos de 65 anos. No entanto, com o atraso no cronograma da campanha de vacinação, atualmente apenas aqueles com mais 80 anos e profissionais da área da saúde estão sendo imunizados. Com isso, milhares de doses estão encostadas nos centros de vacinação.

Por outro lado, o membro do conselho diretivo da Fundação Alemã para Proteção do Paciente, Eugen Brysch, disse à DPA que antecipar a vacinação dos professores, em detrimento de pessoas vulneráveis e de grupos de risco, "custaria vidas".

Aumento na taxa de incidência

Para iniciar a flexibilização do lockdown, o governo alemão estabeleceu a meta de reduzir a incidência de covid-19 por 100 mil habitantes para um patamar abaixo de 35, na média de sete dias. No entanto, após várias semanas de um lento declínio nos números, a Alemanha voltou a registrar um aumento dos casos.

O Instituto Roberto Koch, a agência governamental alemã de prevenção de doenças infecciosas, afirmou nesta segunda-feira que a taxa de incidência de covid-19 por 100 mil habitantes está em 61 – no terceiro dia seguido em alta.

O chamado valor R atingiu 1,07 na tarde de domingo, seu ponto mais alto em várias semanas. O valor R estima matematicamente o número de pessoas que um infectado pode contaminar – neste caso, 100 pessoas passariam o coronavírus a outras 107.

Entre manter o plano de abertura ou deixar as escolas fechadas, os ministros expressaram a preocupação de que o fechamento contínuo e demasiado das escolas iria comprometer o desenvolvimento educacional e prejudicar a saúde mental das crianças.

pv/cn (DW, DPA, ots)