Alemanha quer leis mais rígidas para tatuagem
29 de junho de 2016O ministro alemão da Alimentação e Agricultura, Christian Schmidt, lançou uma campanha nesta quarta-feira (29/06) pedindo leis mais rígidas para a indústria da tatuagem, a fim de diminuir os riscos aos consumidores. Estima-se que de 8 a 10 milhões de alemães tenham desenhos pelo corpo.
Segundo Schmidt, fazer uma tatuagem na Alemanha e na Europa deveria ser uma prática mais segura e mais bem regulamentada, para assegurar que o "sonho de se tatuar não se torne um pesadelo".
A campanha, chamada "Safer Tattoo" (tatuagem segura) e realizada em conjunto com a Associação Federal de Tatuagem da Alemanha (BVT), defende a garantia de qualidade das substâncias químicas utilizadas na tatuagem, bem como melhoria na higiene e proteção dos estúdios alemães.
"Um vendedor de salsicha que trabalha num mercado de Natal precisa cumprir mais regras do que um artista de tatuagem", alerta Daniel Krause, dono de um estúdio em Berlim e membro da BVT.
Na campanha, Schmidt também pede que os profissionais forneçam aos clientes informações confiáveis que expliquem os possíveis riscos de se fazer um desenho no corpo. "As tatuagens são souvenires que duram para sempre e, infelizmente, trazem seus riscos", disse o ministro.
Segundo especialistas, o processo de realização da tatuagem, bem como as tintas que são usadas no desenho, podem provocar infecções e reações alérgicas nos consumidores.
Profissão: tatuador
Tanto Schmidt quanto a BVT fazem pressão pela introdução de uma certificação profissional aos tatuadores na Alemanha. Atualmente, a arte de fazer tatuagem não é reconhecida pelo Estado como uma profissão, o que significa que seus praticantes não são obrigados a passar por um treinamento.
Ou seja, qualquer cidadão alemão pode abrir um estúdio de tatuagem sem precisar provar suas habilidades. Muitos são autodidatas ou aprendem as técnicas com tatuadores experientes.
O certificado profissional é "a peça mais importante para que sejamos levados a sério como artistas de tatuagem e para que os fãs estejam protegidos de tatuadores amadores", afirma a BVT em seu site. "Qualquer um que chegue sob a pele de outra pessoa deve saber o que está fazendo", reforça Schmidt.
EK/afp/dpa/dw