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Alemanha proíbe atividades do "Estado Islâmico" no país

12 de setembro de 2014

Medida veta utilização de símbolos do grupo extremista, assim como recrutamento de combatentes e arrecadação de fundos. Não há espaço para a organização terrorista na democracia alemã, diz ministro do Interior.

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Propaganda do "Estado Islâmico"Foto: picture alliance/abaca

O governo da Alemanha proibiu nesta sexta-feira (12/09) todas as atividades relacionadas ao grupo extremista "Estado Islâmico" (EI). A medida foi anunciada pelo ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, que falou num importante passo para o combate ao terrorismo internacional e para garantir a segurança no país.

"A Alemanha é uma democracia bem fortalecida, e não há lugar aqui para uma organização terrorista que se opõe à ordem constitucional, assim como à noção de entendimento internacional", disse o ministro. "O EI é uma ameaça, também para a segurança pública da Alemanha", completou.

Com a medida, fica proibido ser membro do EI, recrutar combatentes ou fazer propaganda para o grupo em redes sociais ou manifestações. Também passa a ser vetado usar símbolos do EI e arrecadar fundos para os extremistas. Símbolos já disponibilizados na internet deverão ser apagados.

O sindicato alemão da polícia saudou a proibição. "Não é possível que partidários de um agrupamento terrorista bárbaro e desumano literalmente espalhem o ódio e cometam crimes sob sua bandeira em nosso país", afirmou o presidente nacional da entidade, Oliver Malchow.

Em agosto deste ano, adeptos alemães da milícia terrorista atacaram com facas membros da minoria yazidi na cidade de Herford, no oeste da Alemanha. Também em agosto, militantes do EI, em parte armados, assaltaram um asilo em Berlim, deixando várias pessoas gravemente feridas.

A bandeira da organização também foi repetidamente empunhada em passeatas, sem que as autoridades pudessem intervir. Do ponto de vista das autoridades, essa propaganda está intimamente relacionada às atrocidades cometidas pela organização terrorista.

Voluntários da Alemanha e de outros países europeus têm se juntado às milícias do EU na região. O EI tenta recrutar jovens alemães sobretudo através de redes sociais. O grupo de extremistas sunitas tem atualmente controle sobre grandes partes da Síria e do Iraque, e ameaça dissidentes com a morte.

Em agosto último, o governo da Alemanha decidiu enviar armas aos curdos iraquianos que lutam contra os militantes jihadistas. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, defendeu a medida – que quebrou a política alemã do pós-guerra de não enviar armas para zonas de conflito –, argumentando que a segurança da Europa estava em risco.

O presidente dos EUA, Barack Obama, declarou guerra contra o EI e afirmou que vai combater o grupo com ataques aéreos não só no Iraque, mas também na Síria. Washington está atualmente empenhado em formar uma coalizão internacional para combater o EI.

MD/afp/kna/rtr/dpa