Alemanha ocupa vaga no Conselho de Segurança
1 de janeiro de 2003
É a quarta vez que a Alemanha integra o mais importante órgão das Nações Unidas, em Nova York. Em fevereiro, inclusive, presidirá o Conselho de Segurança por um período de quatro semanas. Nesta missão, o país é representado por Gunter Pleuger, de 61 anos.
O embaixador alemão na ONU assumiu o posto em novembro último. Ele já havia participado dos trâmites para o ingresso dos então dois Estados alemães na organização, nos anos 70.
Potências econômicas reconhecidas em âmbito mundial, Alemanha e Japão bem que gostariam de ser admitidos como membros permanentes do órgão. Pleuger demonstra autoconfiança ao confirmar esta intenção, mas prefere ser realista:
– Quando houver uma reforma do Conselho de Segurança, tenho certeza de que a Alemanha será convidada a ser membro permanente. Sempre demonstramos convicção neste sentido e estamos preparados para assumir esta responsabilidade.
Muita coisa mudou nos últimos 32 anos, em relação a quando ainda chefiava a seção das Nações Unidas no Ministério Alemão das Relações Exteriores. "Em vez de disputas acirradas, hoje predomina a busca pelo consenso", compara o embaixador alemão na ONU. Hoje, a Alemanha é o terceiro maior membro pagante na ONU e segundo na disposição de tropas, depois dos EUA.
Comissão de Sanções ao Iraque
Como membro não permanente no Conselho de Segurança, caberá à Alemanha presidir a Comissão das Sanções ao Iraque. A França e a Rússia conseguiram impor que a Alemanha suceda então à Noruega na presidência da comissão. A mesma tarefa já fora exercida pelos alemães em 1995 e 1996.
Devido à posição do chefe de governo Gerhard Schröder, de não participar de uma operação armada contra o Iraque, os Estados Unidos tentaram boicotar a candidatura alemã, favorecendo o Chile. "A Alemanha cumprirá todos os seus compromissos internacionais como parceira da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte", garantiu, contudo, Schröder.
A comissão é responsável por todas as decisões relativas às importações e exportações feitas pelo Iraque. Após a invasão do Kuwait pelas tropas de Saddam Hussein, em 1990, a ONU decretou sanções contra o governo de Bagdá. Mas no contexto do programa, denominado Petróleo por Alimentos, é permitida ao país a exportação de uma cota limitada de óleo bruto, para financiar a importação de alimentos, remédios e outros gêneros de primeira necessidade. À comissão cabe o controle de tais transações, para evitar seu aproveitamento para fins armamentistas.
O Chile obteve a chefia da comissão encarregada das questões referentes ao Afeganistão. Já a Espanha, segundo país da Europa entre os membros não permanentes no Conselho de Segurança a partir de janeiro, presidirá a comissão antiterror, atualmente chefiada pela Grã-Bretanha.