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De olho no Brasil

23 de março de 2010

Conquistar o mercado brasileiro é uma das metas do governo em Berlim, que pretende ajudar pequenas e médias empresas alemãs a vender produtos e serviços a países emergentes.

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Ministro Rainer Brüderle estará no Brasil em abril de 2010Foto: AP

Apesar das críticas de outros países da União Europeia (UE), a Alemanha planeja ampliar ainda mais as exportações, tirando proveito do crescimento de mercados emergentes, como o Brasil, a Rússia, a Índia e a China.

O ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle, anunciou uma iniciativa em prol da exportação nesta terça-feira (23/03), em Berlim. Ele disse que o governo pretende apoiar principalmente pequenas e médias empresas na busca de novos mercados.

Brüderle citou o Brasil, que ele visitará no final de abril, como um dos focos da ofensiva de exportação alemã. Ele lembrou que o país sediará a Copa do Mundo de 2014 e as Jogos Olímpicos de 2016, eventos que abrem diversas oportunidades de negócios.

Uma das medidas anunciadas é ampliar a rede internacional de câmaras de comércio e indústria. Angola, Quênia, Gana, Líbia e Azerbaijão deverão receber escritórios da representação alemã.

Críticas dentro da UE

Brüderle disse não compreender as críticas, feitas pela França e por outros países europeus, de que o bom desempenho da exportação alemã venha a enfraquecer a Europa. "Se a Alemanha é bem-sucedida, a França também sai ganhando com isso."

Para ele, o debate é superficial e lembra os tempos de colégio, quando o melhor da turma era criticado por seu bom desempenho. A Alemanha é a maior economia da Europa, e um em cada quatro empregos depende das vendas externas, argumentou ele.

A ministra francesa das Finanças, Christine Lagarde, havia criticado a Alemanha por ter concentrado o seu crescimento econômico nas exportações, o que, na sua visão, prejudica outros países europeus.

Ela disse que o governo alemão deveria baixar impostos para estimular o consumo interno e, dessa forma, diminuir o excedente para exportação. Em 2009, a economia alemã exportou 964 bilhões de euros em mercadorias e serviços. As importações somaram 854 bilhões de euros.

Brüderle argumentou que boa parte das importações alemãs vêm dos vizinhos europeus. "Não queremos enfraquecer a Europa", afirmou. Segundo ele, a economia alemã se tornou mais competitiva devido a aumentos moderados dos salários e investimentos na qualidade dos produtos.

Além disso, o governo alemão ajudou as empresas a superar a crise econômica, afirmou ele, acrescentando que outros países também poderiam seguir esse exemplo.

AS/dpa/rtr/ap
Revisão: Simone Lopes