1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Alemanha lembra sobrevivente do Holocausto morto na Ucrânia

22 de março de 2022

Boris Romanchenko, 96 anos, era engajado em manter viva memória das atrocidades nazistas. Parlamentares alemães disseram que sua morte em bombardeio russo "mostra o caráter criminoso" da invasão promovida pelo Kremlin.

https://p.dw.com/p/48qwn
Boris Romanchenko
Romanchenko sobreviveu aos campos de concentração de Buchenwald, Peenemünde, Mittelbau-Dora e Bergen-BelsenFoto: photo2000/IMAGO

O Bundestag (Parlamento alemão) prestou homenagem nesta terça-feira (22/03) a Boris Romanchenko, um sobrevivente do Holocausto e de quatro campos de concentração nazistas morto em sua cidade natal de Kharkiv, na Ucrânia, por um bombardeio russo.

"Sua morte nos lembra que a Alemanha tem uma responsabilidade histórica especial com a Ucrânia", disse a deputada Katrin Goering-Eckardt, do Partido Verde.

"Boris Romanchenko é um dos milhares de mortos na Ucrânia (...) Cada vida que foi tirada nos lembra de fazermos tudo o que pudermos para deter esta guerra cruel que viola o direito internacional e para ajudar as pessoas dentro e fora da Ucrânia", afirmou ela.

O ministro alemão das Finanças, Christian Linder, disse que o destino de Romanchenko, morto aos 96 anos, "mostra tanto o caráter criminoso da política russa como o motivo de a Alemanha estar demonstrando solidariedade à Ucrânia".

Nascido em 1926 em uma aldeia próxima à cidade ucraniana de Sumy, Romanchenko foi feito prisioneiro pelos nazistas em 1941, quando o exército alemão lançou sua ofensiva contra a União Soviética.

Ele foi deportado para Dortmund, no oeste da Alemanha, para executar trabalhos forçados, e sobreviveu aos campos de concentração de Buchenwald, Peenemünde, Mittelbau-Dora e Bergen-Belsen. Ele relatou ter sido libertado por forças britânicas e americanas em 1945, pouco antes de seus algozes executarem um plano para envenenar muitos dos prisioneiros restantes.

Após a guerra, ele se dedicou a manter viva a memória das atrocidades nazistas, e desempenhava um papel ativo em instituições como a Fundação Memorial Buchenwald e Mittelbau-Dora. Em seu site, a fundação escreveu: "Estamos de luto por nosso querido amigo. Ao seu filho e à sua neta, que nos contaram a triste notícia, desejamos-lhes força nestes tempos difíceis".

Segundo seus familiares, Romanchenko morreu na sexta-feira, quando uma bomba russa atingiu o prédio em que ele vivia.

bl/ek (AP, Reuters)