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Alemanha envia ajuda ao Congo

Neusa Soliz20 de janeiro de 2002

A falta de água é o principal problema na região afetada pela erupção do vulcão Nyiragongo. Especialistas temem uma epidemia de cólera.

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Milhares de pessoas fogem de GomaFoto: AP

A Alemanha enviou equipamento para o atendimento médico da população do Congo, diante da fuga em massa de milhares de pessoas no leste do país, após a erupção do vulcão Nyiragongo. Foram enviadas quatro unidades de atendimento de emergência, com material e equipamento suficiente para garantir o tratamento de 10 mil pessoas durante três meses. A Equipe Especial de Crises do Ministério das Relações Exteriores, em Berlim, se encarregou do transporte, juntamente com a organização alemã de ajuda a vítimas de acidentes Johanniter.

Por outro lado, a Equipe de Ajuda Humanitária do ministério está em contato permanente com as organizações presentes no Congo, entre estas a Cruz Vermelha alemã, o serviço Malteser e o Serviço Alemão de Ajuda Técnica, para poder seguir enviando o que for necessário. O mais urgente parece ser garantir o abastecimento de água. Logo após a erupção do vulcão, situado a 50 quilômetros de Goma, o governo alemão liberou 300 mil euros para a ajuda humanitária. Havendo necessidade, tal importância poderá ser aumentada a qualquer momento, anunciou o ministério.

A sede é a grande ameaça - Com a fuga de meio milhão de pessoas no leste do Congo, a situação está cada vez mais caótica. Segundo um diplomata belga, os primeiros fugitivos das lavas do vulcão já morreram de sede e desnutrição. Pelo menos 40 pessoas morreram em conseqüência da erupção, segundo fontes da ONU. Os especialistas temem uma epidemia de cólera, porque as pessoas, em seu desespero, estão bebendo a água contaminada do Lago de Kivu, para onde correram as lavas.

Neste sábado, uma camada de meio metro de espessura de lava incandescente rolou pela cidade de Goma, destruindo o que encontrava pelo caminho. "A cidade está queimando", disse Ani Morris, da ONG de ajuda humanitária CARE, após realizar um vôo de reconhecimento sobre a cidade. Mais da metade de Goma, que tinha 350 mil habitantes antes da catástrofe, está destruída, casas queimaram, bujões de gás explodiram.

Tremores - A região está sendo abalada por contínuos tremores de terra desde então. Todo o sistema de abastecimento de água da cidade deixou de funcionar. Mais de 300 mil pessoas procuraram refúgio na vizinha Ruanda. Cerca de 200 mil estariam a caminho do ocidente do Congo.