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Negócios bilionários

9 de janeiro de 2011

Durante visita do provável futuro chefe de governo chinês à Alemanha, países selaram negócios no total de 8,7 bilhões de euros. Reino Unido é última estação da viagem de Li Keqiang pela Europa.

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Angela Merkel (esq.) e Li Keqiang em BerlimFoto: dapd

O vice-primeiro-ministro da China, Li Keqiang, encerrou neste domingo (09/01) sua visita à Alemanha, e segue para o Reino Unido. Sua estada em Berlim terminou com uma cifra espetacular: 8,7 bilhões de euros. Segundo o embaixador chinês Wu Hongbo, é este o montante de 11 acordos e joint ventures fechados entre o seu país e a Alemanha durante a estada de Li, que veio acompanhado por uma comitiva de empresários.

A maior ênfase é no setor automobilístico, já que, da cifra total citada, 2,6 bilhões de euros cabem a um programa de aquisições da Volkswagen e 2,2 bilhões de euros a um projeto da Daimler-Benz. Outros contratos se referem à modernização de uma usina nuclear chinesa e à venda de três navios porta-contêineres.

Euro estável, Europa unida

China Besuch Vize Premierminister Li Keqiang
Uigures protestam durante visita de vice-premiê chinês à BMWFoto: DW

Li encontrou-se com executivos da montadora de luxo BMW, em Munique, e com o governador do estado da Baviera, Horst Seehofer, no sábado (08/01). A visita do político chinês foi acompanhada por protestos em prol dos direitos da etnia uigur na China.

Na véspera, após estar com o presidente Christian Wulff, ele se reunira com a chanceler federal Angela Merkel. Segundo esta, a conversa entre os dois foi "muito intensa e amigável", abarcando "a totalidade das relações sino-alemãs, desde a cooperação econômica até o diálogo sobre os direitos humanos".

A República Popular da China deseja abrir-se mais para as empresas alemãs: esta foi a mensagem central de Li. O provável futuro chefe de governo chinês, de 55 anos, reforçou ainda o interesse de seu país num euro estável e numa Europa unida: a zona do euro permanecerá um dos mais importantes mercados internacionais para os investimentos chineses, afirmou. Seu país dispõe de reservas de divisas equivalentes a 2,65 trilhões de dólares, e está disposto a comprar mais títulos de dívidas públicas de países em apuros, como Espanha, Portugal e Grécia.

Terras raras

Em conversa com Li Keqiang, o ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle, insistiu que Pequim deveria tornar menos rígidas as restrições à exportação dos chamados "terras raras". O grupo de 17 metais é importante, sobretudo, para a indústria de alta tecnologia, sendo empregados em computadores, telas planas, telefones celulares e células fotovoltaicas, entre outros.

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Terras raras: indispensáveis na alta tecnologiaFoto: AP

A China fornece 97% dos metais de terras raras empregados no mundo. Recentemente, o país anunciou normas ambientais mais rigorosas para sua extração, a vigorar a partir de fevereiro próximo, resultando numa redução de 35% do fornecimento mundial, no primeiro semestre de 2011. A medida suscitou críticas dos Estados Unidos e do Japão.

Pequim elevou, ainda, as taxas de exportação dos terras raras, igualmente implicando o encarecimento dos artigos de alta tecnologia em que são empregados. Brüderle ressaltou perante Li que as matérias primas em questão "são um pré-requisito decisivo para o progresso tecnológico das nações industrializadas".

Antecipando a última estação da viagem do vice-premiê chinês pela Europa, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou que aprofundar as relações com a China "oferece uma oportunidade real para a Grã-Bretanha em termos de negócios, empregos e crescimento econômico".

AV/ap/dpa/rtr
Revisão: Soraia Vilela