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Guerra cambial

4 de novembro de 2010

Ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle, teme desvalorização do dólar e possíveis desvantagens competitivas para os produtos alemães no mercado mundial. Para ele, o protecionismo avança em todo o mundo.

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Câmbio deve refletir os dados fundamentais da economia, diz BrüderleFoto: dapd

O ministro da Economia da Alemanha, Rainer Brüderle, criticou a política monetária dos Estados Unidos nesta quinta-feira (04/11). Ele disse ter dúvidas de que a injeção de dinheiro anunciada pelo Fed, o Banco Central dos EUA, vá de fato estimular o crescimento da economia norte-americana.

"Não adianta apenas colocar a água. Os cavalos também devem bebê-la", comentou o ministro sobre os 600 bilhões de dólares que o Fed vai injetar na economia dos EUA. Brüderle expressou preocupação com a medida, que pode trazer desvantagens competitivas para a Alemanha e a Europa.

"Não é sem preocupação que podemos ver o protecionismo em todo o mundo, em trajes diferentes." Na prática, a medida anunciada pelo Fed significa que os EUA vão imprimir dinheiro para comprar títulos, o que leva a uma desvalorização do dólar. Esta, por sua vez, favorece as exportações de produtos americanos, o que preocupa os europeus.

Brüderle disse que o câmbio deve refletir os dados fundamentais da economia de uma nação, e que esse não é o caso dos Estados Unidos e da China. Decisiva, apontou, é a competitividade da própria economia e, para ele, nesse sentido a Alemanha fez o dever de casa.

Na quarta-feira, o Fed anunciou que comprará títulos de longo prazo da dívida pública dos EUA. Objetivo é baixar os juros de longo prazo, evitar uma possível deflação e estimular a economia com a injeção de dinheiro novo. Os títulos serão comprados até a metade de 2011.

AS/afp/dpa/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque