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Alemanha condena autor de ataque em trem a 14 anos de prisão

23 de dezembro de 2022

Abdalrahman A. feriu três pessoas com uma faca em um trem de alta velocidade que ia de Passau para Nurembergue. Segundo Ministério Público alemão, crime teve motivação terrorista.

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O réu, com o resto borrado
Abdalrahman A. é palestino e vive na Alemanha desde 2014 como refugiado vindo da SíriaFoto: Sven Hoppe/dpa/picture-alliance

O autor de um ataque a faca em um trem de alta velocidade na Alemanha foi condenado a 14 anos de prisão nesta sexta-feira (23/12).

Um tribunal em Munique considerou Abdalrahman A., hoje com 28 anos, culpado de tentativa de homicídio e graves lesões corporais, apesar das alegações da defesa de que ele sofria de doenças mentais na época.

Abdalrahman A. é palestino e vive na Alemanha desde 2014 como refugiado, vindo da Síria devastada pela guerra. Em 6 de novembro de 2021, ele viajava em um trem de alta velocidade Intercity Express (ICE) entre Regensburg e Nurembergue, no estado da Baviera, quando atacou com uma faca para quatro outros passageiros, ferindo gravemente três deles. Uma faca dobrável com lâmina de 8 centímetros foi encontrada com ele. 

De acordo com relatos da mídia na época, mais de 200 pessoas estavam no trem e várias intervieram para evitar que o agressor fizesse mais vítimas.

Na época, os investigadores descartaram uma motivação terrorista e disseram que o agressor parecia sofrer de problemas psiquiátricos. Por essa razão, ele foi inicialmente levado para uma unidade psiquiátrica. Dois meses depois foi colocado em prisão preventiva, onde permanecia até o momento.

Vagão do trem em uma estação
Mais de 200 pessoas estavam no trem no momento do ataqueFoto: Vifogra/AP Photo/picture alliance

O julgamento

Em uma reviravolta, porém, durante o julgamento de dois meses, o Ministério Público Federal alemão alegou motivação terrorista para o crime e exigiu uma sentença de prisão perpétua por suposta tentativa de homicídio e lesões corporais graves.

De acordo com a inteligência alemã, Abdalrahman A. frequentava uma mesquita salafista e supostamente queria fazer sua parte na jihad islâmica matando não muçulmanos.  Na opinião da promotoria pública federal, o jovem apenas simulava uma doença mental. 

Para a promotora federal Silke Ritzert, ele cometeu o ato sangrento "em um estado de total responsabilidade criminal" e queria fazer sua contribuição para a jihad.

A defesa, por outro lado, argumentou que o ataque foi resultado de um delírio causado pela esquizofrenia paranóica do jovem e pediu que o réu fosse internado em uma clínica psiquiátrica.

No entanto, o tribunal ouviu vários psiquiatras que concluíram que o réu estava ciente de seus atos. Durante a audiência, também foram ouvidas as vítimas, testemunhas e diversos peritos, entre outros.

le (AFP, DPA, ots)