Alemanha cogita enviar sistemas de mísseis para Ucrânia
26 de novembro de 2022O governo alemão discute com países aliados um pedido da Polônia para enviar novos sistemas de mísseis antiaéreos para a Ucrânia, após o chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se posicionar favoravelmente à medida.
"Conversamos com nosso aliados sobre como lidar com a sugestão da Polônia", informou um porta-voz do governo em Berlim, nesta sexta-feira (25/11)
Os alemães ofereceram a Varsóvia sistemas de defesa Patriot, após um míssil desgovernado supostamente lançado por forças ucranianas matar duas pessoas em solo polonês na semana passada. O ministro da Defesa da Polônia, Mariusz Blaszczak, contudo, pediu que Berlim enviasse as unidades diretamente para a Ucrânia.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que essas decisões cabem individualmente aos países, que devem observar as regras para esse tipo de procedimento.
"Ás vezes existem acordos sobre os destinatários e outras coisas que devem consultadas junto aos aliados. Mas, no final das contas, deve ser uma decisão dos governos nacionais", explicou.
Stoltenberg disse que se for necessário treinamento com especialistas nos sistemas Patriot, isso pode ser realizado em algum Estado-membro da Otan, de modo a evitar o envio de pessoal da aliança militar para a Ucrânia, evitando um risco de agravamento do conflito no país.
"Decisão cabe à Alemanha"
O embaixador alemão na Polônia, Thomas Bagger, considerou "difícil de compreender" a sugestão polonesa. Ele ressaltou que a Alemanha tem uma quantidade limitada desses sistemas de defesa, e poucos para serem compartilhados.
Os sistemas de mísseis antiaéreos Patriot são produzidos pela empresa americana Raytheon.
Nesta sexta-feira, o presidente polonês, Andrzej Duda, disse que cabe à Alemanha a decisão sobre onde essas unidades de defesa devem ser posicionadas, acrescentando que seria melhor para a segurança da Polônia se ficassem do lado ucraniano da fronteira.
"Do ponto de vista militar, seria melhor se eles estivessem localizados na Ucrânia, de modo a também proteger com mais eficiência o território polonês", disse Duda. "Mas, essa decisão cabe à parte alemã."
rc (DPA, Reuters)