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Alemanha busca soluções para sua crise no ensino

(rw)3 de novembro de 2005

Governos estaduais procuram saídas para "crise do ensino alemão". Um dos grandes problemas é a desigualdade de chances.

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Alemães continuam chocados com mau resultado no estudo PisaFoto: dpa

A educação é competência dos Estados na Alemanha. Por isso, os 16 secretários estaduais da pasta apresentaram, nesta quinta-feira (3/11), um estudo comparado sobre a situação da educação no país.

O assunto é tema constante dos responsáveis pelo ensino na Alemanha, desde a divulgação dos resultados do primeiro estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), há cinco anos, em que foram comparados escolares de diversas partes do mundo. Apesar de a Alemanha ser a terceira potência econômica e respeitado berço de poetas e pensadores, seus alunos classificaram-se na metade inferior da tabela.

Um dos resultados divulgados começou a ser divulgado pela imprensa na última semana: o problema da desigualdade de chances. Filhos de famílias das camadas baixas da sociedade não conseguem concluir o ensino médio com notas tão boas como os de famílias ricas.

Faltam vagas em jardins-de-infância

As crianças alemãs ingressam na escola a partir dos seis anos de idade. Muitas vezes, sem terem passado por um maternal ou jardim-de-infância. Apesar de as vagas serem garantidas por lei, elas não são oferecidas em número suficiente.

Dois outros problemas são o domínio da língua e a formação profissional. Muitos filhos de estrangeiros chegam aos estabelecimentos de ensino sem dominar o idioma alemão. Por outro lado, são raras as profissionais em creches e jardins-de-infância na Alemanha com uma formação complementar, que lhes permita ensinar temas dignos de uma pré-escola.

"Diferentemente da Suécia, onde professores e profissionais de jardins-de-infância têm uma formação básica comum desde 1998, na Alemanha estas profissões têm caminhos separados. As educadoras que trabalham com crianças pequenas freqüentam cursos nas escolas técnicas superiores. "Elas aprendem a entreter crianças nas creches e jardins-de-infância e não podem fazer mais nada", reclama Wolfgang Tietze, professor da Universidade Livre de Berlim.

Pouco dinheiro mal empregado

"Se cada criança recebesse atenção especial onde tem dificuldades, o país teria pelo menos um problema a menos", diz Angelika Strüwing, representante de pais e mãe de quatro crianças em idade escolar. Para ela, as escolas deveriam investir mais em livros e material. "Além disso, deveriam motivar mais as crianças a continuarem tendo interesse em estudar, independente do que cada Estado gasta em educação".

"A Alemanha prefere gastar em concreto (prédios escolares) do que em jovens professores", reclama Christa Mommert, da Associação Nacional de Pais. As metas e promessas das secretarias de Educação normalmente são ambiciosas, mas as conseqüências práticas são mínimas, completa.

"É um tipo de falta de habilidade. Quando não se sabe ir adiante, faz-se uma estatística, cria-se uma comissão ou um perito é encarregado. Na realidade, todos conhecem o cerne da questão: as classes nas escolas são muito grandes e o dinheiro é muito pouco. Exige-se das escolas que desenvolvam currículos e um perfil próprio... E isso tudo acaba sendo taxado como melhoria de qualidade..."