Alemanha aprova envio de armas a países do Golfo
27 de junho de 2015O jornal alemão Die Welt afirmou neste sábado (27/06) que Berlim aprovou a exportação de vários armamentos para países do Golfo Pérsico, apesar das preocupações sobre conflitos e violações de direitos humanos. Entre os envios autorizados pelo Conselho de Segurança Federal estão 15 barcos patrulha para a Arábia Saudita.
"A Arábia Saudita pretende proteger suas plataformas marítimas de petróleo dos ataques de terroristas do 'Estado Islâmico' (EI), por exemplo. Esse é um interesse legítimo", afirmou a publicação citando pessoas do governo de coalizão da Alemanha.
As fontes acrescentaram que os barcos não poderão ser usados para cometer violações de direitos humanos ou combater dissidentes, e que os equipamentos devem servir somente para a autodefesa.
Tema sensível
A exportação de armas para a Arábia Saudita é um tema controverso na Alemanha, já que o país do Golfo Pérsico é frequentemente acusado de violar maciçamente os direitos humanos.
De acordo com o jornal Die Welt, a Alemanha vai entregar um tanque de guerra do tipo Leopard 2A7 para Omã e um Leopard 2 para o Catar. Segundo fontes citadas pelo jornal, nenhum dos dois tanques poderão ser usados para fins militares.
No entanto, o governo alemão continua negando para a Arábia Saudita fuzis de assalto do tipo G36, que vem sendo solicitados por muito tempo, em meio às preocupações com o histórico do país em violações aos direitos humanos.
Redução de exportações
O ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, que tem assento no Conselho, dizia frequentemente que não queria aprovar entregas de tanques para o mundo árabe por conta da instabilidade e a situação preocupante dos direitos humanos na região.
Um relatório sobre as exportações de armas em 2014 – primeiro ano completo de Gabriel na pasta – aprovado pelo conselho de ministros na quarta-feira apontou uma redução de 22% nos envios em comparação ao ano anterior. O volume de vendas, de 6,5 bilhões de euros, foi o mais baixo desde 2010.
Críticos, porém, expressam a preocupação de que a porcentagem das vendas para países não membros da Otan e afiliados à organização compõe cerca de 60% do volume total de exportações.
FC/dpa/afp