Alemanha ajuda Brasil na luta contra trabalho escravo
28 de março de 2006A ministra alemã de Cooperação Econômica e do Desenvolvimento, Heidemarie Wieczorek-Zeul, quer ajudar o Brasil a combater o trabalho escravo. "Vamos fazer de tudo para contribuir para o fim real das formas de escravidão no Brasil", disse a ministra na terça-feira (28/03), em Berlim.
Wieczorek-Zeul defendeu que o fim do trabalho forçado é uma condição indispensável para um processo de globalização mais justo e elogiou os esforços do atual governo brasileiro.
A coordenadora da Campanha Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, Ruth Beatriz de Vasconcelos Vilela, apelou aos Estados europeus para que o Brasil não seja punido com restrições comerciais pela sua sinceridade com relação ao tema. Vilela salientou que somente algumas poucas empresas e fazendas ainda estariam explorando trabalhadores.
159 empresas na "lista suja"
O Brasil está apertando o cerco contra o trabalho escravo. No período de 1995 a 2005, o governo federal libertou mais de 17 mil trabalhadores da escravidão, sendo 12 mil só no atual governo.
Em 2003, foi criada uma lista das empresas que mantiveram trabalhadores em situação semelhante à escravidão. A chamada "lista suja" contém 159 empresas.
Dados da Organização Internacional do Trabalho apontam que mais de 12 milhões de pessoas estão trabalhando em condições de escravidão no mundo. No Brasil, as estimativas são de 25 mil a 200 mil trabalhadores, principalmente os jovens das regiões Norte e Centro-Oeste do país, segundo os dados de Vilela.
Wieczorek-Zeul aconselhou aos alemães um comportamento que ajude a combater a exploração mundial da mão-de-obra. A simples observação do selo Forest Stewarship Council (FSC) na compra de móveis já ajuda. O selo garante o aproveitamento econômico das florestas de forma social e ecológica, eliminando a possibilidade de trabalho escravo.
Prostituição forçada
O ex-ministro alemão do Trabalho Walter Riester considera o projeto uma iniciativa corajosa do governo brasileiro. Ele mencionou a prostituição forçada, um problema cujas conseqüências atingem a Alemanha. Para Riester, não existem diferenças entre os sexos na moderna forma de escravidão.