País dos museus
21 de maio de 2011Em média, um alemão vai 1,3 vez por ano ao museu, quase tão frequentemente quanto ao cinema (1,5 vez por ano). Claro que os ingressos para museus são, geralmente, muito mais baratos do que os de cinema, e um terço dos museus do país nem cobra entrada. Mas os alemães são realmente curiosos e ansiosos por aprender. E como poderia ser diferente num país com mais de 6.000 museus.
Tamanha quantidade é um bom motivo para apresentar os mais famosos e interessantes museus alemães. Quais são os que mais atraem público? Quais museus estimulam as papilas gustativas? Quais os que trazem novidades? E onde estão as coleções mais curiosas da Alemanha?
Os mais visitados
Entre os museus mais visitados da Alemanha estão o Museu Alemão em Munique (Deutsches Museum), o Museu Marítimo em Stralsund (Meeresmuseum) e as exposições na Ilha dos Museus em Berlim. O Novo Museu (Neues Museum – reformado pelo arquiteto David Chipperfield e inaugurado em 2009) atraiu em 2010 cerca de 1,2 milhão de pessoas à ilha.
Quase tanto sucesso quanto a Nefertiti no Novo Museu fizeram o Altar de Pérgamo e a Porta de Ishtar. Eles chamaram 1 milhão de pessoas para o vizinho Museu de Pérgamo (Pergamonmuseum).
Com cerca de 1,4 milhão de visitantes por ano, o Museu Alemão em Munique não é apenas o mais visitado, como também um dos maiores da Alemanha. Suas coleções abrangem mais de 100 mil objetos dos campos da ciência e da tecnologia. Entre os objetos mais famosos em exposição estão modelos do primeiro carro de Karl Benz, do primeiro computador de Konrad Zuse e do primeiro avião motorizado dos irmãos Wright.
Com seus quatro polos, o Museu Marítimo no Mar Báltico foi visitado no ano passado por mais de 1,1 milhão de pessoas. O polo Ozeaneum foi especialmente bem-sucedido. Ele recebeu em 2010 o Oscar dos Museus, o Prêmio Museu Europeu do Ano. No Ozeanum vivem cerca de 7.000 animais marinhos e plantas subaquáticas. Nove pinguins de Humboldt passeiam em seu terraço de cobertura. A pinguim fêmea Alexandra é a mais afortunada de todas: a madrinha dela é a chanceler federal Angela Merkel.
Os mais gostosos
Para a categoria dos mais deliciosos há muitos indicados. A decisão não é fácil num país em que há dois museus para o chocolate – um em Colônia e outro em Halle. Há também o Museu do Bombom, perto de Stuttgart, e o Museu do Marzipã em Lübeck. E qual é a salsicha mais gostosa: a com o molho de ketchup e curry (Currywurst) ou a famosa Bratwurst? Ambas podem ser estudadas e degustadas nos respectivos museus em Berlim e Holzhausen, cidade do estado da Turíngia.
Na pitoresca Sierksdorf, no Mar Báltico, existe o Museu da Banana. Ele está localizado no porão de uma casa particular. Todo fim de semana, os proprietários do museu guiam os visitantes pessoalmente através da exposição. Ele conta a eles que a banana simboliza não somente "o sorriso da natureza", como também é a fruta da unidade alemã.
No vilarejo de Würchwitz, no estado da Saxônia-Anhalt, um museu é totalmente dedicado a outro alimento, mais especificamente, um laticínio: o "queijo-ácaro" (Milbenkäse). Esse queijo de leite de vaca é único no mundo porque milhões de pequenos aracnídeos se arrastam sobre ele.
Os mais instrutivos
E se com o queijo-ácaro a situação ainda não ficou suspeita, este museu deverá estragar finalmente o apetite. Pois a próxima nomeação leva ao Museu Alemão do Aditivo, em Hamburgo. Lá aprende-se que as bananas "crescem" com hormônios vegetais, que o molho de salsicha é muitas vezes temperado com intensificadores de sabor e que o aroma "natural" no iogurte de framboesa é feito a partir de lascas de madeira.
No Museu da Higiene, em Dresden, também se pode aprender muito – principalmente sobre si mesmo. O cerne do museu gira em torno da exposição Aventura Humana. Com a ajuda de um manequim transparente, pode-se estudar lá não somente o coração, como também todos os outros órgãos do corpo. As vivências no Museu da Higiene vão para muito além das aulas de biologia na escola.
No museu em Dresden pode-se, por exemplo, experimentar a sensação de envelhecer. Também é possível sentir o poder da mente, fazendo com que uma pequena bola se mova por meio da força do pensamento. Uma faixa em torno da testa mede as ondas cerebrais e as transmite para um campo magnético onde está a bola. E ela se move!
Coleções especiais de todo o mundo
O que as cartas de baralho, os sacos de farinha e as placas de carros têm em comum? Para todas essas coisas existe um museu. Em Wittenburg, no norte da Alemanha, o saco de farinha é definido como bem cultural internacional. A coleção engloba mais de 2.000 sacos de mais de 117 países. Particularmente popular entre os visitantes é um saco proveniente da América do Sul, onde está estampado um homem musculoso partindo correntes.
A coleção do Museu de Cartas de Baralho foi também concebida internacionalmente. Ali é contada a história das cartas de baralho desde os primórdios. Anualmente, cinco mil aficionados visitam Leinfelden-Echterdingen, próximo a Stuttgart, para admirar a maior coleção europeia de cartas de baralho aberta ao público.
Muitos dígitos podem ser vistos no Museu das Placas de Carros, próximo a Chemnitz: placas para bicicletas e charretes, placas do Império Alemão e das zonas ocupadas após a Segunda Guerra, da Alemanha Oriental e da República Federal da Alemanha. O museu mostra que há várias maneiras de contar história de uma nação.
É animal!
Há 20 anos, a Coleção de Suínos de Stuttgart entrou para o Livro Guiness dos Recordes como o "maior museu sobre porcos do mundo". Hoje, os 41 mil objetos da coleção de suínos são expostos em 25 espaços do Antigo Matadouro. O museu mostra porcos como animais selvagens, amuletos da sorte ou brinquedos.
O Museu Koenig, em Bonn, nada tem a ver com a história da monarquia. Trata-se de animais mortos. Seu nome remonta ao professor Alexander Koenig. Com 7 milhões de exemplares, sua coleção é uma das maiores da Alemanha.
Animais empalhados e mumificados se encontram no Museu da Ratoeira, um pequeno museu privado em Güntersberge na região do Harz: camundongos, ratos, texugos e outros animais daninhos. O museu enfoca o seu combate: armadilhas, torres de aprisionamento, forcas para ratos e instalações de armamento automático – o criador do museu admira os espírito inventivo das gerações passadas.
Este museu não é apropriado para os defensores de animais, mas para caçadores de curiosidades.
Autora: Olga Kapustina (ca)
Revisão: Alexandre Schossler