Al Qaeda pode ainda ter terroristas na Alemanha
A organização Al Qaeda, do radical islâmico Osama bin Laden, pode ainda ter membros na Alemanha. Isso foi admitido pelo ministro alemão do Interior, Otto Schily, em Washington, onde está tratando da cooperação das autoridades alemãs com as dos Estados Unidos nas investigações sobre os atentados de 11 de setembro, atribuídos ao milionário saudita bin Laden. "Talvez ainda existem algumas dessas pessoas na Alemanha que ainda não são conhecidas", disse o ministro.
Enquanto isso na Alemanha, foi anunciada a prisão de um suposto terrorista turco, no aeroporto de Frankfurt, quando tentava embarcar num avião com destino a capital do Irã, Teerã. Harun Aydin, de 28 anos, levava consigo uma carta de despedida e um CD-ROM contendo um programa de treinamento de terroristas para uma jihad (guerra santa). Viveram na Alemanha no mínimo 3 dos 19 supostos autores dos atentados em Nova York e Washington com saldo superior a 5.400 mortos.
O ministro social-democrata esclareceu que vivem na Alemanha mais de 3,2 milhões de muçulmanos e que a maioria é pacífica e ordeira, mas existe uma pequena minoria que defende os ataques terroristas aos EUA e contra estes o Estado tem de agir duro.
Restrições - Schily é autor do pacote de medidas para combater o terrorismo internacional que está gerando grande controvérsia na coalizão de governo dos partidos social-democrata (SPD) e verde, porque limita as liberdades individuais e os direitos dos estrangeiros. Entre outras medidas, o segundo pacote alemão antiterror prevê ainda restrições no direito de associação para facilitar a proibição de organizações extremistas.
Contatos - O ministro alemão foi a Washington manter contatos com a polícia federal FBI, os principais órgãos de segurança e o secretário da Justiça, John Ashcroft. Uma equipe do FBI veio à Alemanha, na semana posterior à destruição do World Trade Center e parte do Pentágono por três aviões seqüestrados por kamikases.
Os agentes americanos chegaram após a prisão temporária de um suspeito de participação nos ataques aos EUA e a constatação de que estudaram em Hamburgo três dos supostos terroristas que se encontravam nos aviões usados nos atentados.