Acordo nuclear iraniano entra em vigor no dia 20 de janeiro
12 de janeiro de 2014O acordo alcançado em novembro passado entre o Irã e as grandes potências globais para resolver a disputa sobre o programa nuclear iraniano será implementado a partir do dia 20 de janeiro. O anúncio foi feito neste domingo (12/01) pelo Ministério iraniano do Exterior e confirmado pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
O presidente americano, Barack Obama, classificou a aplicação do pacto entre as potências do Grupo 5+1 (formado por Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia, além da Alemanha) e o Irã como um "avanço concreto" e prometeu um "alívio modesto" das sanções, caso Teerã realmente mantenha seus compromissos sob o acordo. Em comunicado, Obama deu boas-vindas ao "grande passo".
"Não tenho ilusões sobre o quão difícil será atingir este objetivo, mas pelo bem de nossa segurança nacional e pela paz e segurança no mundo, é hora de dar à diplomacia uma oportunidade de triunfar", disse Obama.
Ele ressaltou que a decisão de hoje "representa pela primeira vez em uma década que a República Islâmica do Irã decidiu tomar ações específicas que contenham o avanço de seu programa nuclear e voltem atrás em partes essenciais" dele.
Negociações continuam
O pacto assinado em novembro obriga o Irã a suspender parcialmente seu programa nuclear em troca da suspensão de algumas sanções, além do compromisso do G5+1 de não impor novas medidas restritivas durante um prazo de seis meses.
O vice-ministro iraniano do Exterior, Abbas Araghi, explicou que o país suspenderá, nesta primeira fase, o enriquecimento de urânio a 20%. Em troca terá 4,2 bilhões de dólares desbloqueados, recursos obtidos com a venda de petróleo.
Araghi disse ainda que, em breve, ambas as partes continuarão as negociações, a fim de se chegar a um acordo definitivo na "fase final". Essa nova rodada de conversas poderá começar em duas ou três semanas, disse o ministro.
A fim de evitar novas barreiras para o sucesso das negociações, Obama fez uma advertência ao Senado americano, onde uma lei para aumentar as sanções ao Irã conseguiu quase todos os apoios necessários para aprovação, apesar da oposição da Casa Branca.
"Impor mais sanções agora só faria com que nos arriscássemos a descarrilar nossos esforços para resolver este assunto de forma pacífica, e vetarei qualquer legislação que aprovar novas sanções durante a negociação", ressaltou o presidente americano.
MSB/dpa/efe