Grande Colisor em cena
9 de setembro de 2008O Conselho Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN, do francês) de Genebra coloca em funcionamento, nesta quarta-feira (10/09), o maior artefato de pesquisa do mundo: o acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider).
Há anos, este "grande colisor de hádrons" (um tipo de partículas subatômicas) vem sendo construído na região de fronteira entre a Suíça e a França. Só agora, um feixe de partículas subatômicas será disparado pela primeira vez através do túnel circular de quase 27 quilômetros de comprimento.
Testando a estabilidade do LHC
Prótons e outros núcleos atômicos se chocarão quase à velocidade da luz, com o fim de reproduzir as condições do Big Bang – evento que, segundo certos físicos, teria dado origem ao universo – e assim penetrar nos mistérios da matéria. A maior máquina já construída pelo homem custou cerca de 3 bilhões de euros.
Porém, até as primeiras descobertas inéditas, poderão transcorrer meses ou anos. As espetaculares colisões não são de se esperar durante a estréia do aparelho. Primeiro é preciso constatar se os gigantescos eletromagnetos são capazes de manter o primeiro feixe em sua rota, de forma exata e estável.
A inauguração oficial do LHC está marcada para 21 de outubro próximo, com a presença de numerosas personalidades.
Fim do mundo?
O experimento não provoca apenas entusiasmo. Segundo o jornal suíço Blick, físicos importantes já receberam ameaças de morte, pois adversários do projeto temem que o acelerador abra pequenos "buracos negros" (termo científico para regiões do espaço onde o campo gravitacional é extremo). Estes poderiam engolir não só Genebra, como toda a Terra.
Os cientistas consideram o temor despropositado. Os experimentos como os do LHC simplesmente reproduzem o que ocorre constantemente na natureza em dimensões muito maiores, sem que a Terra sofra conseqüências, alegam.
O professor Otto Rössler é um dos que advertem contra os eventuais efeitos destrutivos da experiência. Acadêmico de longa trajetória e membro do Instituto de Química Física e Teórica da Universidade de Tübingen, ele tem se confrontado ativamente com a comunidade científica.
Clicando no link abaixo, você poderá ler a entrevista exclusiva da DW-WORLD.DE com o cientista.