Abadia de Corvey, Patrimônio Cultural da Humanidade
Depois de esperar pelo reconhecimento desde 1999, monastério beneditino foi declarado o 39º patrimônio da Unesco na Alemanha. Local foi um importante centro político e religioso na Idade Média.
Às margens do Weser
A Abadia Imperial de Corvey foi construída por monges beneditinos em 822, às margens do rio Weser, no noroeste da Alemanha. Quatorze anos depois, a construção passou a abrigar relíquias transferidas da Catedral de São Vito, em Paris. A abadia tornou-se, então, um local de peregrinação e um dos mais importantes monastérios da Idade Média.
Monumento subterrâneo
A inscrição nesta placa lembra que a fundação da Abadia de Corvey impulsionou o surgimento de uma cidade, que acabou sendo destruída no século 12. Escavações arqueológicas, no entanto, revelaram que ela permaneceu intacta sob a terra. O chamado Civitas Corvey é considerado um dos poucos monumentos subterrâneos de uma cidade medieval inteira que se conservam praticamente intocados.
A mais antiga Westwerk
O Civitas e a Westwerk (nome dado à parte monumental da fachada ocidental de algumas igrejas medievais), construída no século 9º, contribuíram para a candidatura bem-sucedida da Abadia de Corvey ao título de Patrimônio Mundial. Com o corpo central quadrado e duas torres do século 16, Corvey tem a Westwerk conservada mais antiga do mundo.
Hall de entrada
Um salão abobadado no piso térreo molda a entrada da Westwerk. Colunas e pilares sustentam o piso superior, onde fica o salão principal. A arquitetura de Corvey a torna um dos exemplos mais marcantes da renascença carolíngia e da renovação arquitetônica que marcou o império de Carlos Magno, a partir do século 9º.
Galeria dos reis
A grande arcada sobre a galeria do piso superior é o destaque da Westwerk. Antigamente, reis e imperadores sentavam sobre o trono ali, durante missas e assembleias. Assim, eles tinham uma visão de toda a igreja. O mosteiro de Corvey lhes servia como centro da atividade missionária e como base para o seu poder secular.
Afrescos
A partir dos poucos afrescos preservados da época carolíngia, o visitante pode ter uma ideia da riqueza da pintura da Westwerk da abadia. Os afrescos mostram motivos da mitologia grega, como a batalha entre Odisseu e o monstro marinho Scylla. Desde o tempo de Carlos Magno, os monastérios têm registrado o conhecimento e transmitido a cultura da Antiguidade.
Igreja barroca
A igreja carolíngia foi fortemente danificada durante a Guerra dos Trinta Anos. Apenas a Westwerk permaneceu preservada. A partir de 1667, um novo edifício em estilo barroco foi construído para substituir a igreja em ruínas. A nave gótica com sua abóbada nervurada serve como lembrança do antigo prédio.
Palácio
Outros edifícios do monastério também foram danificados durante a Guerra dos Trinta Anos. Em 1671, o mosteiro foi reconstruído como uma residência barroca. E foi somente com o processo de secularização, em 1794, que a comunidade religiosa do monastério se dissolveu. Quarenta anos depois, a Abadia de Corvey foi adquirida pela família ducal de Ratibor, que estabeleceu ali sua residência principal.
Biblioteca
Corvey reuniu manuscritos valiosos durante a Idade Média, mas nenhum deles foi preservado. A atual biblioteca do palácio foi criada no século 19 e reúne 75 mil livros. Seu mais famoso bibliotecário foi o poeta August Hoffmann von Fallersleben, cuja sala de trabalho ainda pode ser visitada.
"A canção dos alemães"
August Hoffmann von Fallersleben passou os últimos 14 anos de sua vida no monastério e está enterrado no cemitério da abadia. Von Fallersleben ficou conhecido por ter escrito "Das Lied der Deutschen" (A canção dos alemães). A terceira estrofe da canção tornou-se o atual hino nacional da Alemanha.
Patrimônio da Humanidade
Corvey recebe todos os anos cerca de 100 mil visitantes. Agora, com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade concedido pela Unesco, o local e sua história devem atrair ainda mais turistas.