As dunas de Spiekeroog
25 de outubro de 2008Spiekeroog é uma ilha de apenas 18 quilômetros quadrados no norte da Alemanha, com uma população de 820 pessoas. Na alta temporada, os habitantes locais têm a companhia de 3,5 mil turistas, a maioria hospedada em residências de veraneio.
O balneário de Norderney, uma das seis ilhas vizinhas, é um destino turístico mais conhecido. Mas os turistas começaram a ir para Spiekeroog já em 1846, alegando que o lugar era mais silencioso e menos luxuoso. As primeiras impressões confirmam essa avaliação.
Não há carros ou qualquer outro tipo de veículo motorizado na ilha. Mesmo andar de bicicleta é visto pelos moradores como um atentado à tranqüilidade. "Passeios de cavalo e carruagem são permitidos", disse a diretora de turismo local, Silvia Nolte.
Mas não há muitos roteiros para serem feitos na ilha, que é basicamente uma seqüência de dunas ao longo do Mar Frísio. A maior elevação da ilha – ou "o pico mais alto da Frísia Oriental" – é um banco de areia de 24 metros de altura. Uma das atrações mais famosas do local são os passeios pela praia – a melhor hora é quando a maré acabou de descer, deixando para trás a areia firme.
Em contraste com as outras ilhas frísias, o único vilarejo de Spiekeroog não foi afetado pela reconstrução do pós-guerra. Há registros da existência de habitações no local desde 1600. As dunas ao redor da vila a protegem da ação do Mar do Norte. Como conseqüência, há muitas casas antigas – que suportaram séculos de vento, maresia e água – para serem admiradas.
A igreja do vilarejo, construída em 1696, é o mais antigo templo das ilhas da Frísia Oriental. Entre seus tesouros está uma imagem dos apóstolos que, segundo a lenda, veio com o navio almirante da Invencível Armada, a esquadra espanhola que lutou contra a Inglaterra em 1588.
A rua Norderloog é o endereço de um pequeno museu com todo tipo de pássaros empalhados, incluindo um faisão que bateu contra a porta do museu durante uma tempestade e quebrou o pescoço. Entre as atrações do local estão a coluna vertebral de uma baleia e um crocodilo empalhado, que deve ter sido deixado na ilha por algum marinheiro de passagem.
Mas o melhor de Spiekeroog é a sua tranqüilidade. Há também muitos bosques, graças a um engenheiro florestal de Hannover que visitou a ilha em 1862 e plantou pinheiros, bétulas e carvalhos. Os nativos seguiram o exemplo e hoje Spiekeroog tem muitas áreas verdes.
O lugar conhecido como Ostplate, no leste da ilha, é famoso pelas suas praias grandes e só pode ser visitado a pé. Milhares de aves marinhas se procriam no local e as focas aparecem para tomar banho de sol. Por vezes as conchas prensadas contra a areia e cobertas de musgo marinho formam um arranjo vivo tão delicado que o visitante é tentado a levá-las consigo.