A (r)evolução dos sistemas de navegação via satélite
10 de outubro de 2012Durante toda a sua história, o ser humano sempre procurou uma forma de se localizar. As primeiras técnicas de orientação utilizavam os astros. Por muito tempo, isto foi feito por meio do sol e das estrelas. Com as navegações marítimas, surgiram outras técnicas, como cartas náuticas, mapas, bússolas e radares. Atualmente, não é preciso muito esforço para explorar terras desconhecidas: os novos sistemas de geolocalização podem, em alguns segundos, nos dar diversas informações.
Existem vários sistemas de posicionamento por satélite. O mais usado hoje em dia é o Sistema de Posicionamento Global, o GPS. Este sistema começou a ser utilizado na década de 80 e é cada vez mais aprimorado e comum. Ele consiste em um conjunto de 24 satélites colocados em orbita pelo Departamento Norte-Americano de Defesa e nos permite achar uma localização geográfica quase exata.
De acordo com Regis Bueno, doutor em engenharia pela Escola Politécnica da USP, 24 satélites podem ser pouco para indicar uma localização precisa. Ele explica que em alguns locais onde existam muitos prédios, como na Avenida Paulista, em São Paulo, existe uma limitação de visibilidade para o satélite. Por isso, quanto mais satélites, mais fácil obter a localização exata.
Novos sistemas
A União Europeia está construindo um novo sistema de localização via satélite, o Galileo. Bueno esclarece que esse novo sistema tem uma concepção diferente tanto na tecnologia quanto na comercialização e também possuirá um maior número de satélites. Para o especialista, o Galileo irá complementar o GPS e trará novidades.
Alguns equipamentos conseguem juntar informações de diversos sistemas. Esta junção é chamada de GNSS (Global Navigation Satellite System). O GNSS é utilizado em áreas que demandam métodos mais complexos e precisam de mais exatidão no manuseio dos equipamentos, como mostrou o Futurando na sua quarta edição.
Uma propriedade rural no sul da Alemanha utiliza este mecanismo nas lavouras para espalhar sementes com mais precisão, rendendo uma economia de até 100 euros por hectare de terra plantado. Para especialistas, no futuro, os tratores poderão fazer este trabalho sozinhos.
Segundo Bueno, os sistemas já são chamados de "oitava utilidade", pois as aplicações não param de crescer. O especialista diz que a cartografia e a agrimensura foram revolucionadas pela tecnologia.
Mas o especialista também alerta que o usuário precisa tomar cuidado ao usar a tecnologia, pois, dependendo do equipamento que tem, o próprio usuário pode ser localizado e receber, por exemplo, propaganda de um estabelecimento comercial nas proximidades de onde se encontra.
Autora: Kamila Rutkosky
Revisão: Roselaine Wandscheer