A esperança reside nas exportações
2 de outubro de 2002Apesar dos prognósticos de crescimento, tais impulsos serão ainda muito fracos para que se possa falar de uma clara revitalização da conjuntura econômica alemã. Na opinião do superintendente da DIHK, Martin Wansleben, o desenvolvimento conjuntural na Alemanha transcorre de forma decepcionante. Para o corrente ano, ele prevê um crescimento econômico em torno de 0,5%. Wansleben não quis fazer nenhum prognóstico do aumento do PIB alemão em 2003.
A Câmara Alemã da Indústria e Comércio parte do pressuposto de que, apesar das difíceis condições básicas do momento, as empresas alemãs conseguirão manter a sua competitividade internacional. Isto se deve mais ao desempenho e ao avanço tecnológico das empresas do que à qualidade da Alemanha como praça econômica, segundo a entidade.
Prognósticos difíceis
Wansleben esclareceu que, no momento, são especialmente problemáticos os prognósticos do desenvolvimento econômico no país. Eles só podem ser feitos com a ressalva de que não levam em conta uma possível guerra no Oriente Médio, nem uma eventual influência negativa das tensões políticas entre a Alemanha e os EUA sobre o comércio bilateral.
As esperanças dos exportadores alemães estão voltadas sobretudo para os países da União Européia, em especial para a França e a Espanha. Mas espera-se um aumento da demanda por produtos alemães também em alguns países menores da UE, como Grécia e Irlanda, assim como nos países do Centro e do Leste europeus.
O maior crescimento das exportações alemãs deverá ser para os mercados da Europa central e oriental: em 2002, deve atingir 10% e, para o ano que vem, prevê-se um aumento de 9%. "É notável o papel da Rússia. No ano que vem, a Rússia deverá entrar para a lista dos mais importantes parceiros comerciais da Alemanha fora da União Européia", afirma Wansleben. Este ano, as exportações alemãs para a Rússia aumentaram em 45% e, para 2003, prevê-se um novo aumento de 20%.
O papel da Ásia
As Câmaras Alemãs de Comércio na Ásia também partem do pressuposto de que as vendas alemãs para a região aumentarão em média 2,5%, sendo que as exportações para alguns países deverão ter um crescimento bem maior que isto.
"A República Popular da China está se tornando o mais importante cliente asiático do setor econômico alemão – superando até mesmo o Japão", esclareceu Wansleben. As Câmaras Alemãs de Comércio na China contam com um crescimento de 10% neste ano e de 5% no ano que vem. Isto, após um aumento de 27% em de 2001. As maiores beneficiadas, segundo a avaliação da DIHK, são as empresas alemãs dos setores automobilístico e de construção de máquinas e instalações, assim como a área de fornecimento infra-estrutural.
As exportações para a Índia, Coréia, Malásia, Nova Zelândia e Vietnã também deverão ter um crescimento de cerca de 10%.
EUA compram menos
Os Estados Unidos constituem o segundo maior destino das exportações alemãs, logo após os países da União Européia como bloco. As vendas de produtos alemães para os EUA, no entanto, estão caindo. A baixa conjuntura americana e a alta cotação do euro fizeram com que o volume das exportações para os Estados Unidos caísse, este ano, em cerca de 6%. Também em 2003, o retrocesso dos negócios deverá atingir o mesmo nível percentual. Os fornecimentos ao Canadá, no entanto, deverão ter um aumento de 5%.
Para a América Latina, as Câmaras Alemãs de Comércio contam com um aumento das exportações em torno de 2%, no ano que vem. Este ano, as vendas para os países latino-americanos caíram em cerca de 14%.
Queda nas importações
A DIHK também prevê um aumento das importações alemãs em 3%, no ano que vem. Martin Wansleben calcula que este aumento não será necessariamente ligado a uma revitalização da conjuntura interna. O crescimento das importações deve ser visto, antes de tudo, como um reflexo do aumento das exportações alemãs. Pois, grande parte das importações alemãs é constituída de matérias-primas destinadas à fabricação dos artigos a serem exportados.
"Isto demonstra também", afirma o superintendente da DIHK, "que a competitividade das empresas alemãs apóia-se cada vez mais em fornecimentos baratos dos mercados internacionais". /am