9,4 milhões de pessoas no mundo portam HIV sem saber
1 de dezembro de 2018Criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há 30 anos, o Dia Mundial da Luta contra a Aids, comemorado neste sábado (01/12), chama a atenção para a doença e para a necessidade de solidariedade com os portadores do vírus HIV. Desde 1996, ele vem sendo organizado pelo programa das Nações Unidas de combate ao HIV/Aids (Unaids).
Neste ano, a Unaids está promovendo uma iniciativa com foco na disseminação do teste para diagnosticar a infecção pelo vírus HIV. "Saiba seu status" é o slogan da campanha do Dia Mundial de Combate a Aids deste ano.
Segundo levantamento feito pela organização divulgado na última semana, em todo o mundo, mais de 9,4 milhões de pessoas não sabem que estão infectadas pelo vírus e necessitam de acesso urgente ao teste e serviços de tratamento.
O relatório Conhecimento é poder revelou que 37 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo, o maior número registrado na história. O documento apontou ainda que, em 2017, 75% das pessoas que viviam com HIV sabiam da carga viral, e 58,6% delas (21,7 milhões) tiveram acesso à terapia antirretroviral.
No Brasil, o Ministério da Saúde estimou que 866 mil pessoas viviam com o HIV no ano passado. Desse total, 84% (731 mil) estavam diagnosticadas, e 75% (548 mil) estavam em tratamento antirretroviral. Segundo a pasta, em 2017, 92% (503 mil) dos infectados em tratamento já tinham carga viral indetectável. Até setembro deste ano, havia 585 mil pessoas em tratamento para HIV/Aids.
De acordo com o ministério, a meta é garantir que, até 2020, todas as pessoas vivendo com HIV no país sejam diagnosticadas; que 90% das pessoas diagnosticadas estejam em tratamento; e que 90% das pessoas em tratamento alcancem carga viral indetectável.
Situação na América Latina
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) afirmou nesta sexta-feira, em Washington, que cerca de 500 mil pessoas têm o HIV na América Latina e no Caribe e não sabem, ou seja, uma em cada quatro pessoas infectadas.
De acordo com a organização, mais de 2,1 milhões de pessoas vivem com o HIV na região, sendo que apenas 1,6 milhão sabe que é portadora do vírus. Segundo a Opas, o teste de detecção é fundamental para proteger casais, evitar novas infecções e permitir que aquelas pessoas que foram diagnosticadas com o vírus iniciem rapidamente o tratamento que salva vidas.
Graças à disseminação dos exames e a um maior acesso ao tratamento, entre 2010 e 2017, as mortes relacionadas à Aids caíram 12% na América Latina e 23% no Caribe, conforme um comunicado da instituição. Apesar dos avanços, a taxa de novas infecções na América Latina se mantém em cerca de 100 mil por ano, com uma redução de apenas 1% desde 2010.
O progresso no Caribe foi muito mais rápido, com diminuição de 18% nas novas infecções. Mesmo assim, em toda a região os grupos de maior risco continuam ficando fora dos serviços vitais de prevenção e acompanhamento.
Avanço no Leste Europeu
A região leste da Europa é responsável por 82% dos 159.420 novos casos de infeção por HIV diagnosticados na Europa em 2017, indica um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O documento, produzido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (CEPCD) e o Escritório Regional da OMS para a Europa, aponta que, nos 15 países do Leste Europeu, foram identificados 130.861 novos casos de HIV, com as taxas mais altas na Rússia, Ucrânia, Bielorrússia e Moldávia.
Em contrapartida, a parte oeste do continente registou um declínio nas taxas de novos diagnósticos, principalmente devido a uma redução de 20% desde 2015 do avanço das infecções entre homens que fazem sexo com homens.
CA/efe/lusa/abr
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