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1983: Trem magnético faz primeiro teste

(nn / rw)

A 27 de outubro de 1983, o Transrapid fez o primeiro teste num trecho especial no norte da Alemanha. O trem-bala alemão atinge a velocidade de até 400 quilômetros por hora.

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Transrapid, objeto de prestígio da tecnologia alemãFoto: AP

Desde a implementação do trem a vapor entre Nurembergue e Fürth, no sul da Alemanha, em 1835, nenhum outro meio de transporte no país foi objeto de tanta polêmica como o trem magnético. As discussões por ele provocadas não giram em torno de sua alta tecnologia ou compatibilidade com o meio ambiente – questões em que sua supremacia é indiscutível.

A controvérsia torna-se cada vez mais acirrada no campo político, à medida em que se trata de um projeto muito caro para ser viabilizado no país, mas ao mesmo tempo se quer garantir futuros negócios de exportação para a tecnologia Made in Germany.

Trem do futuro que anda sem atritos

O que o torna caro é que ele não pode trafegar na infra-estrutura já existente, necessitando de trilhos próprios. Na Baviera, calcula-se que o novo meio de transporte seria usado por 6,5 milhões de passageiros por ano; na Renânia do Norte-Vestfália, 39 milhões. Como o governo federal só poderia financiar parte dos projetos, os Estados (ambos os mais ricos do país) teriam de arcar com o resto dos custos.

O Transrapid é há muitos anos a menina dos olhos da tecnologia alemã: um trem do futuro que anda sem qualquer tipo de atrito: desloca-se silenciosamente no ar, sem tocar nos trilhos, e consegue atingir a velocidade de 400 km/h, sem perigo de descarrilamento.

O protótipo foi construído em Lathen, no norte da Alemanha, perto da fronteira holandesa. Especialmente para o teste, foram construídos 32 quilômetros de ferrovia.

Divergências também na China

Depois de praticamente caído no esquecimento, o trem-bala voltou às manchetes durante a visita do então primeiro-ministro chinês à Alemanha, Zu Rongi, em 2000. O líder chinês gostou da viagem de teste e encomendou um estudo de viabilidades para a construção da ferrovia em Xangai. As obras, mais tarde, foram acompanhadas por divergências entre os engenheiros locais e o consórcio formado pelas firmas Thyssen-Krupp, Adtranz e Siemens, responsáveis pelo Transrapid.

O chefe da equipe de construção do novo trem, Günter Steinmetz, destaca que entre suas vantagens não estão apenas a alta velocidade, a segurança e o baixo índice de ruído. Ele salienta tratar-se também de um meio de transporte não poluente e muito mais econômico que os convencionais ICE alemão e TGV francês.

O único temor dos inventores do Transrapid é que a Alemanha perca os méritos de sua invenção. Peter Jablonski, porta-voz do projeto, lembra que muitas tecnologias foram desenvolvidas na Alemanha, como é o caso do telefax, mas acabaram sendo desenvolvidas por outros países. "Seria uma pena para o selo Made im Germany, se algum dia fôssemos obrigados a adquirir a tecnologia do trem magnético de algum outro lugar", lamenta Jablonski.