1969: Golda Meir torna-se primeira-ministra de Israel
Publicado 17 de março de 2013Última atualização 17 de março de 2021Golda Meir foi a primeira e até agora única mulher na chefia de governo em Israel. Em fevereiro de 1969, aos 70 anos, ela já pensava em encerrar a carreira política, quando morreu subitamente o então primeiro-ministro Levi Eshkol, sucessor de Ben Gurion. Golda Meir foi a terceira opção do bloco trabalhista, já que os dois primeiros candidatos não obtiveram clara maioria no parlamento. Meir recebeu apenas 12 votos contrários no Knesset.
A larga coalizão de governo foi mantida. Apesar de nas eleições, alguns meses mais tarde, seu partido perder a maioria absoluta no parlamento (56 de 120 mandatos), Meir continuou no poder.
O início da carreira política
Gold Meir, que era fumante inveterada e tinha sotaque americano, nasceu em Kiev em 1898. Aos oito anos, migrou com os pais para os Estados Unidos. Estudou magistério e participou do movimento sionista. Em 1921, migrou com o marido, Morris Myerson, para a região palestina, então território britânico. Dois anos depois, mudaram-se para Tel Aviv, onde nasceram seus dois filhos.
Neste tempo, Golda Myerson iniciou a carreira política. Engajou-se no movimento sindical Histadrut e, como sua líder política, negociou ativamente com os britânicos a permissão para mais judeus ocuparem a Palestina. A Grã-Bretanha estava diminuindo a cota de migrantes judeus, temendo reações dos árabes.
"Golda", como a princípio era conhecida em todo Israel, fez contatos com os vizinhos árabes para evitar a guerra iminente. Vestida de árabe, negociou com o rei Abdallah da Transjordânia para impedir um ataque a Israel, que estava se constituindo como Estado. Ela fracassou, mas sua determinação impressionou o mundo árabe.
Em maio de 1948, Golda participou da assinatura da proclamação de Israel e, logo na primeira equipe de governo, foi embaixadora israelense em Moscou. Paralelamente, Golda Meir ocupou uma cadeira no Knesset até 1974.
Em março de 1949, ela assumiu o Ministério do Trabalho e Segurança Social, e, de 1956 a 1966, foi ministra do Exterior. Logo no começo, teve que defender diante das Nações Unidas a ofensiva israelense contra o Egito. Outra tarefa árdua foram as negociações pela retirada israelense da Faixa de Gaza e da península do Sinai.
A unificação da esquerda
Em dezembro de 1965, aos 68 anos, Golda Meir renunciou ao ministério por razões de saúde, mas dois meses depois foi eleita secretária-geral do Partido Mapai, conseguindo unificar três partidos de esquerda e formar o Partido Trabalhista.
Três anos mais tarde, assumiu o cargo de primeira-ministra. Seu governo foi marcado pela Guerra dos Seis Dias, em 1967, entre Israel e a frente árabe, liderada pelo Egito, Jordânia e Síria. Neste período, Israel ocupou o setor oriental de Jerusalém, a Cisjordânia e as colinas de Golã, na Síria.
Em vez da paz, começou o terror da Organização para a Libertação da Palestina. A situação foi agravada em outubro de 1973, com a Guerra do Yom Kipur. A Síria e o Egito atacaram as posições israelenses para recuperar os territórios perdidos na Guerra dos Seis Dias. O fracasso da estratégia israelense no começo desta segunda guerra e o aumento do isolamento internacional de Israel se refletiram na política interna.
As críticas crescentes ao governo e a grande perda de eleitores na votação em dezembro de 1973 levaram Golda Meir a decidir-se pela renúncia em abril de 1974. Ela morreu no dia 8 de dezembro de 1978, em Jerusalém, aos 80 anos de idade.