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1961: Começa alternativa ao serviço militar na Alemanha

No dia 3 de abril de 1961, 340 jovens alemães iniciaram o serviço civil, alternativo ao serviço militar obrigatório.

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Jovem lê para uma idosa em um asilo. O chamado "Zivildienst" é um voluntariado que serve como alternativa ao exército na Alemanha.
O chamado "Zivildienst" tem sido opção para os jovens alemães desde o início da década de 60Foto: picture-alliance/dpa/Zamorano

"Pessoalmente, não vejo sentido nas Forças Armadas. Conversando com amigos sobre uma alternativa ao serviço militar, descobri que existe uma forma de ajudar as pessoas, por exemplo, no transporte de doentes ou no resgate de feridos". A afirmação é de Andreas Soth, que, conscientemente, optou por não pegar em armas.

Como ele, cada vez mais jovens buscam uma alternativa ao serviço militar obrigatório e consideram a ajuda ao próximo uma tarefa de complementação pessoal.

A liberdade de não prestar o serviço militar obrigatório é prevista na Lei Fundamental alemã, nos seguintes termos: "Ninguém pode ser obrigado contra a sua consciência a pegar em armas no serviço militar".

Dieter Hackler, ex-encarregado do governo para assuntos do serviço civil, afirmou que cresce o número dos que optam pelo serviço civil (Zivildienst).

"Antes, era necessário argumentar com grande veemência. Hoje, basta escrever uma carta simples, com palavras claras, expressando sua convicção", diz Hackler.

Com a entrada em vigor da Lei Fundamental, a Constituição alemã, em 23 de maio de 1949, passou a existir também a alternativa ao serviço militar, embora as Forças Armadas alemãs ainda nem estivessem constituídas.

Ajuda em asilos e hospitais

Somente no dia 3 de abril de 1961, 340 jovens puderam iniciar, na prática, a prestação do serviço civil. Em média, 28 a 34% dos jovens optam pela ajuda direta ao próximo, seja em hospitais ou asilos, por exemplo.

As cerca de 180 mil vagas para o serviço civil na Alemanha são oferecidas pela Cruz Vermelha, Caritas e outras instituições de assistência. Em relação a 1961, diminuiu o preconceito na sociedade contra os que alegam questões de consciência para não pegar em armas, como explicou Adolf Krep, ex-presidente do Departamento Federal de Serviço Civil, com sede em Colônia:

Antes criticados como uma espécie de desertores, hoje gozam de melhor reputação, ainda mais depois de 1983, quando foi criada a oportunidade de optar também por serviços de proteção ao meio ambiente.

Maioria quer volta da obrigatoriedade

Conforme uma recente sondagem realizada em março de 2023 pelo grupo multinacional de pesquisa de mercado Ipsos MORI, com sede em Paris, a maioria da população da Alemanha é a favor de que o serviço militar volte a ser obrigatório no país.

Dos mil eleitores entre 18 e 75 anos consultados, 61% se pronunciaram pela reintrodução da compulsoriedade, suspensa em 2011. A avaliação mostrou, ainda, que os mais idosos (60 a 75 anos), já isentos de um eventual alistamento, seriam mais propensos a apoiar essa medida, em comparação com aqueles que têm entre 18 e 39 anos.

Em nenhuma faixa etária, contudo, manifestou-se uma aversão pronunciada à ideia – o que pode surpreender num país que defende um posição pacifista desde sua derrota na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Além disso, enquanto para 18% bastaria que a regra atingisse exclusivamente os homens, como era o caso anteriormente, 43% desejam que ela se aplicasse a ambos os sexos. Também neste caso verificou-se uma discrepância entre os grupos de interesse, com 49% dos homens a favor, perante 36% das mulheres.