1957: Lançada a máquina de escrever elétrica
O que hoje, em plena era dos computadores, telas de toque, sistemas de processamento de textos e notebooks pode parecer banalidade, na época foi uma grande sensação. Afinal, digitar longos textos em máquinas de escrever mecânicas era um trabalho cansativo.
O tirolês Peter Mitterhofer, nascido em 1822 nas proximidades de Merano (hoje Itália), é considerado um dos pais da máquina de escrever. Após muitos experimentos, o marceneiro apresentou, em 1866, uma "caixa" de 15 quilos ao imperador austríaco Francisco José, em Viena. O equipamento tinha um teclado em forma de estante e um rolo para o papel, um espaçador e uma tampa "para que ninguém lesse o texto sem autorização".
Ao mesmo tempo, os americanos John Pratt e Christopher Sholes (tipógrafo) desenvolveram uma máquina de escrever. Eles inventaram o princípio segundo o qual cada tipo deve bater sempre no mesmo lugar, enquanto o carro com o rolo avança. As teclas dessa máquina eram de madeira de nogueira, sobre as quais estavam desenhadas letras brancas. A cor da escrita vinha de fitas de seda, que eram impregnadas durante horas com tinta e penduradas à noite para secar.
Caminho de sucesso
Em 1877, a ex-fabricante de armas Remington começou a produzir a Type Writer em série, abrindo caminho para o triunfo da "obra-prima da técnica de escrever". Dez anos após o início da produção industrial, haviam sido vendidas 50 mil unidades. Em 1919, mais de um milhão de escritores, contabilistas e secretárias já escreviam à máquina.
A datilografia é considerada um duro trabalho braçal. Segundo o sociólogo Hans Georg Kräft, estudos realizados no Ministério alemão das Relações Exteriores demonstraram, já em 1899, que mesmo um curso de até dois anos não garantia um aproveitamento efetivo da nova técnica de escritório por homens. A principal causa seria o fato de se tratar de um trabalho muito cansativo.Tal atividade seria insuportável a longo prazo para os funcionários públicos e deveria ser entregue somente a datilógrafos jovens.
No primeiro curso de datilografia, foram admitidas somente mulheres com boas condições físicas. Ao longo do tempo, as máquinas de escrever foram aperfeiçoadas. Já no início do século 20, começaram surgir os primeiros modelos semi-elétricos. Em princípio, conjecturou-se o uso de um eletroímã como força auxiliar – uma ideia que se mostrou impraticável. O que mais tarde se impôs foi o motor elétrico, instalado atrás da máquina. Em caso de queda de corrente elétrica, a energia necessária podia ser gerada com o acionamento de um pedal.
Silêncio e rapidez
As máquinas de escrever elétricas eram bem mais confortáveis do que as mecânicas, eliminando os esforços para bater nas teclas, mudar de minúsculas para maiúsculas e recuar o carro. Todas essas funções passaram a ser executadas por um simples toque de tecla. Estudos realizados à época comprovaram que a força empregada no uso de uma máquina de escrever elétrica correspondia a apenas 1,4% do esforço feito numa máquina mecânica. Além disso, os novos equipamentos eram bem mais silenciosos do que os antigos.
Um longo caminho foi percorrido desde a primeira máquina de escrever mecânica, passando pela sucessora elétrica até os atuais sistemas de processamento de textos e computadores pessoais. O que sobrou foi a datilografia. Até mesmo os equipamentos mais modernos, apesar do auxílio do mouse e do scanner, ainda não conseguiram eliminar o teclado.
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