1955: Morria James Dean
Publicado 30 de setembro de 2015Última atualização 30 de setembro de 2019James Byron Dean nasceu em Fairmont, no estado americano de Indiana, em 8 de fevereiro de 1931. Mudou-se com sua família para Los Angeles quando tinha cinco anos de idade. Aos oito, após a morte da mãe, retornou ao Meio-Oeste, onde cresceu na fazenda de um parente. Retornou para a Califórnia, matriculando-se no Santa Monica Junior College e, mais tarde, na universidade UCLA.
Dean estreou no meio artístico com um pequeno grupo teatral dirigido por James Whitmore, também em comerciais de TV e representando pequenos papéis em diversos filmes. Em 1952, foi para Nova York, onde trabalhou como motorista de ônibus até conseguir uma ponta na peça See the Jaguar, na Broadway. Depois, frequentou aulas no Actors Studio, atuou na televisão e retornou para a Broadway no The Immoralist (1954). Essa última aparição foi um teste para a companhia Warner Bros e o início de uma das mais espetaculares carreiras no cinema.
Data da morte virou nome de filme
Um ano e três filmes mais tarde, James Dean já era conhecido e admirado como personificação da inquieta juventude americana dos anos 50 e uma encarnação do título de seu filme Juventude Transviada (1955). Dean morreu num acidente de automóvel quando se dirigia a Salinas para competir numa corrida de carros esportivos de luxo. Muitos de seus fãs recusaram-se a acreditar na morte do ator. A data virou título de um filme – 30 de Setembro, 1955 (rodado em 1978).
James Dean, indicado duas vezes postumamente para o Oscar de Melhor Ator – em Vidas Amargas (1955) e Assim Caminha a Humanidade (1956) –, recebeu uma homenagem póstuma do Correio dos Estados Unidos. Em 1996, entrou como "segundo selo" para a série Lendas de Hollywood. Marilyn Monroe fora a primeira estrela da série, impressa em 1995.
O mito do ator americano também rendeu muitos livros. Um dos mais lidos é James Dean – a biografia, do jornalista e poeta francês Yves Salgues. Escrito por um autor de 19 anos e publicado 15 meses após a morte do ator, o livro tornou-se um sucesso mundial, no rastro do vácuo deixado pela morte de Dean em milhares de fanáticos admiradores.
De temperamento ao mesmo tempo frágil e selvagem, Dean representou o ceticismo do pós-guerra e a rebeldia que caracterizou a juventude do século 20. Na opinião de Salgues, o "ídolo sem ideologia nem causa consolidou, com sua morte prematura, a figura do jovem urbano carente e selvagem ao mesmo tempo. Foi um monstro de repercussão inimaginável produzido nos milionários estúdios de Hollywood, no tempo em que estes estúdios realmente faziam história, fornecendo à opinião pública mundial o cardápio açucarado do sonho americano e de um mundo livre, fortalecido pela derrota do nazismo e o temor do perigo comunista".
A imagem do ator que ficou no coração dos jovens foi a do James Dean de Juventude Transviada. Imortalizado no seu sorriso triste, a morte acabou por eternizar sua juventude. No fim do século 20, "sem heróis de carne e osso", muitos jovens voltaram a cultuar "anjos" do passado, como Dean, cujo rosto – segundo Yves Salgues – "para sempre será irônico e triste e terá para sempre 24 anos". A conturbada e misteriosa vida do ator também está documentada no filme James Dean – Um Ídolo e Suas Paixões, dirigido por Mardi Rustam.