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1951: Criada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço

Birgitt Wagner (rw) Publicado 18 de abril de 2015Última atualização 18 de abril de 2019

Em 18 de abril de 1951, a Alemanha e mais cinco países europeus fundam a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA ou Montanunion), que iria preparar o caminho para a atual União Europeia.

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Unterzeichnung Montanunion 1951
Foto: picture-alliance/dpa

"A Europa não surgirá de repente nem por meio de uma simples junção. Ela surgirá por meio de medidas concretas que promovam, antes de tudo, a solidariedade. A unificação da Europa exige que se ponha fim à oposição de séculos entre França e Alemanha. Por isso nossos esforços devem, em primeira linha, se voltar para a França e a Alemanha", disse, em 1950, o então ministro francês das Relações Exteriores, Robert Schuman.

As palavras do "pai da União Europeia", apenas cinco anos após o final da Segunda Guerra Mundial, eram um olhar visionário para o futuro. Em 9 de maio de 1950, Schuman havia proposto um plano para uma comunidade europeia do carvão e do aço, chamada de Montanunion. A ideia era integrar e gerir em comum a produção franco-alemã de carvão e aço. Outros países europeus também deveriam integrar a organização.

A acordo de fundação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), assinado em 18 de abril de 1951 em Paris por Alemanha, França, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Holanda, preparou o caminho para a atual União Europeia.

O acordo possuía cem artigos e regulamentava a cooperação entre seus membros. Estes se comprometeram a garantir um mercado livre de taxações para exportação e importação de aço e carvão e a não prejudicar o livre comércio.

Jean Monnet, então comissário francês do Plano de Modernização, nomeado por Charles de Gaulle em 1945 para assegurar a recuperação econômica do país, era um dos europeus mais influentes do mundo ocidental. Já na Primeira Guerra Mundial, havia organizado as estruturas comuns de abastecimento das forças aliadas.

A criação da CECA tinha significado histórico e era, ao mesmo tempo, revolucionária. Através de uma administração conjunta, seria coordenado o mercado de aço e carvão, dois importantes produtos que já haviam sido motivos várias guerras.

Sua importância histórica deve-se ao fato de o governo francês ter oferecido ao inimigo na Segunda Guerra uma política conjunta de decisão sobre um setor que oferece a matéria-prima para a indústria de armamentos. Um acordo importante também, pois pela primeira vez depois do final da guerra a Alemanha era vista como parceira numa comunidade internacional.