1946: "Crítica da insensatez pura"
Publicado 5 de setembro de 2015Última atualização 5 de setembro de 2020"Humor é a vontade de rir, mesmo quando se tem vontade de chorar!" Este era o lema de Werner Finck (1902–1978). Suas primeiras cobaias foram os colegas da escola. Só que os professores não gostaram e o expulsaram, sem lhe dar chances de tirar o certificado de conclusão do curso médio. Depois de tentar a sorte como mineiro, resolveu fazer um teste numa redação de jornal do interior.
Seu sonho, no entanto, sempre foi atuar no palco. Até que, aos 19 anos, tornou-se autônomo. E, de suas aparições no interior, foi crescendo até conseguir espaço em Berlim, a cidade em que florescia o gênero kabarett, o teatro de revista da sátira política.
Problemas com os nazistas
Em 1929, o artista que chamava a atenção dos intelectuais e artistas da época pelo seu modo de se expressar e pelas suas frases incompletas, fundou um teatro próprio, chamado Katakombe (Catacumba).
Seu elenco, de artistas famosos na época, fez sucesso até a ascensão dos nazistas ao poder, em 1933. A princípio, Finck criou suas sátiras baseando-se no regime de Hitler, até ser preso e enviado a um campo de concentração.
Libertado alguns meses depois, Finck continuou alvo das chicanices dos nazistas. Para que não fosse preso novamente, resolveu entrar para a tropa e foi enviado à frente russa. Mas teve sorte. Foi destacado para distrair os altos oficiais até o final da guerra.
Prestação de contas
Para vencer este trauma, Finck retornou aos palcos depois do final da guerra, quando quis "trabalhar" melhor o tema. No dia 5 de setembro de 1946, estreou então em Berlim sua peça Crítica da insensatez pura – uma autobiografia falada.
Durante uma hora e meia, num espécia de "prestação de contas", Finck tentou redimir-se diante do filho, da sociedade, de si próprio. Seu êxito nos palcos prolongou-se até a década de 1970. Ele só se afastou da vida pública poucos anos antes de falecer, em 1978.