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1943: Bernstein estreia regência na Filarmônica de Nova York

Catrin Möderler
Publicado 13 de novembro de 2010Última atualização 13 de novembro de 2020

No dia 13 de novembro de 1943, por motivo de doença do maestro titular, Leonard Bernstein estreou, com 25 anos, na regência da Filarmônica de Nova York, em pleno Carnegie Hall.

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Leonard Bernstein de fraque regendo uma orquestra
O dirigente e compositor Leonard Bernstein em 1990Foto: picture-alliance/dpa

Era um simples concerto dominical, com clássicos europeus no programa. O peculiar, entretanto, eram a orquestra e o local: nada menos que a Filarmônica de Nova York no famoso Carnegie Hall. E o público pretendia assistir ao então famoso maestro alemão Bruno Walter. Só que este havia ficado doente e a filarmônica destacou às pressas o seu assistente. Iniciava-se assim a carreira mundial de Leonard Bernstein, então com 25 anos de idade.

Depois do concerto, o maestro revelou que não lembrava como havia sido a apresentação. Ficaram marcados apenas os gritos do público, que o aplaudiu de pé. No dia seguinte, seu nome era manchete no New York Times. A imprensa destacava o despontar de uma estrela americana. Um jovem que conseguiu aproveitar sua grande chance!

Sucesso imediato

Da noite para o dia, Leonard Bernstein tornou-se herói nacional. Sua enorme sensibilidade para com a música e a forma de passar esta sensibilidade para os músicos eram sua principal característica. O pianista e compositor chegou a comparar a regência a um ato sexual: "É como se respirássemos ao mesmo tempo, chegamos ao clímax juntos e relaxamos ao mesmo tempo. Como uma experiência sexual, só que com cem pessoas ao mesmo tempo."

Bernstein despertou seu talento musical relativamente tarde. Suas primeiras lições de piano foram tomadas aos dez anos de idade. Natural de Massachusetts, foi na Universidade de Harvard e no Instituto Curtis que cursou Teoria Musical e teve suas primeiras experiências como regente.

Mas a carreira mesmo começou quando foi descoberto pelo Festival Tanglewood, um dos mais importantes fóruns americanos de música erudita, que o contratou para assistente do chefe da orquestra.

Ao mesmo tempo, Bernstein publicava suas primeiras composições. Em 1949, foi convidado a escrever um show para a Broadway baseado no romance Romeu e Julieta, só que entre as gangues das favelas de Nova York. West Side Story, o musical inspirado na obra de Shakespeare, lotou a Broadway não só na estreia, em setembro de 1957, mas também nos anos seguintes.

Preferência pela música erudita

A esta altura, sua reputação já era mundial e ele foi convidado a reger diversas orquestras famosas em todo mundo. Embora tenha obtido grande êxito com musicais, ele preferia a música erudita. Sua ópera Cândido baseou-se numa obra de Voltaire. Como viesse de família judia russa, trabalhou vários temas da tradição judaica.

Cosmopolita com fortes ligações europeias, Bernstein foi o primeiro não europeu a reger a Filarmônica de Viena, em 1966. O Festival de Música de Schleswig Holstein, no norte da Alemanha, só passou a ser conhecido depois que passou a ter a participação do famoso maestro. Como falasse alemão, também foi professor convidado em universidades da Alemanha.

Bernstein era o talento em pessoa: compositor, pianista, professor universitário, maestro, benquisto pela imprensa, mas nunca se dava por satisfeito. Até sua morte, em Nova York no ano de 1990, ele se questionava se realmente havia feito tudo ao seu alcance.