1942: Tropas alemãs invadem o sul da França
Publicado 11 de novembro de 2014Última atualização 11 de novembro de 2018Com a invasão da Polônia em 1939, Adolf Hitler deu início a uma nova fase na sua política externa. A partir de então, o mundo deveria ser reestruturado como ele queria, o espaço sonhado pelo Führer deveria ser enfim construído e os adversários derrotados deveriam ser subjugados, com o objetivo de edificar finalmente o sonho nazista de domínio do mundo.
"O espaço adequado à grandeza de uma nação é o fundamento de todo poder. Por um tempo, pode-se abdicar dele, mas chega a hora em que a solução do problema aparece, de uma forma ou de outra", declarou Hitler a seus generais em meados de 1939, acrescentando que outras vitórias não seriam "alcançadas sem derramamento de sangue".
Depois de derrotar a Polônia, Hitler fez uma proposta de paz à Inglaterra e à França, durante um discurso na sede do governo alemão, a 6 de outubro de 1939. O acordo deveria considerar as conquistas já alcançadas pelo regime nazista. As duas potências ocidentais, que ao aceitar a oferta estariam abdicando de qualquer influência na constelação das relações de poder na Europa, rejeitaram a proposta. Até então, Inglaterra e França não haviam participado da guerra de maneira ativa.
Com arsenal insuficiente e sem a menor vontade de entrar no conflito, a França esquivava-se da guerra mantendo-se dentro dos limites da Linha Maginot, uma imensa linha de fortificações e trincheiras, construída em 1930, próxima à fronteira alemã. Os franceses resumiam a sua participação bélica a vôos ocasionais de reconhecimento sobre o vizinho território alemão. Grande parte do continente europeu já se encontrava ocupado pelas tropas alemãs.
Diferença entre adversário e inimigo
As relações entre Alemanha e Rússia haviam se estremecido após a divisão da Polônia e a anexação dos países bálticos. Cresciam as discórdias entre os dois países em relação à demarcação das áreas de interesse de cada um. Com a operação militar Barba-Roxa, a União Soviética tornou-se o novo alvo de ataque dos alemães. Hans-Günter Stark, comandante da 91ª Divisão, explica a diferença entre os conceitos "inimigo" e "adversário" na Alemanha de Hitler: "Ingleses e franceses eram adversários. Nós não os víamos como inimigos. Já os russos, os soviéticos, eram inimigos cerrados e ideológicos".
No dia 8 de novembro de 1942, Hitler discursou para os "velhos combatentes" na cervejaria Löwenbräukeller, de Munique, em memória ao fracassado golpe de 1923. Hitler mostrava-se completamente convencido da teoria de conspiração que teria envolvido a situação.
Dois dias depois, Hitler encontrou-se com o primeiro-ministro francês Laval. O Führer o convidara a Munique, com o propósito de sondar se o governo francês de Vichy estaria disposto a lutar ao lado dos alemães, contra ingleses e americanos. A tentativa foi vã. A França não estava disposta. Um dia depois, a 11 de novembro de 1942, as tropas alemãs e italianas ultrapassaram a linha de demarcação das regiões de paz e invadiram a parte ainda não ocupada do território francês.
Os franceses reagiram com veemência. Embora o marechal Pétain tentasse atenuar os efeitos da ocupação, através de concessões, os impulsos de resistência vieram rapidamente à tona em todo o país. Os patriotas franceses fundaram o maquis, o exército da Resistência, que se mantinha escondido em regiões intransitáveis, para dali empreender ataques armados contra o regime nazista alemão.
O Reino Unido mostrou disposição de ajudar, fornecendo armas e munições às milícias francesas. A Resistência foi tão bem organizada e bem-sucedida que muitos povoados e áreas do país puderam ser libertados da ocupação alemã.
O juramento feito por Hitler, no início de sua carreira política, de que o novembro de 1918 nunca mais se repetiria, confirmava-se de maneira terrível. Quarenta milhões de mortos na Europa, inclusive na União Soviética; o extermínio de judeus, ciganos, bem como de eslavos e adversários políticos considerados pelo regime nazista como "incapazes para a vida". Esse foi o terrível balanço da violência e do ódio que guiaram o governo de Hitler até a sua capitulação, em maio de 1945.