1934: Grande Marcha por Mao na China
Publicado 27 de outubro de 2015Última atualização 27 de outubro de 2020Era difícil a situação na China naquele outubro de 1934. O Japão já ocupava o país há três anos. Em vez de unirem seus esforços contra o ocupante, Chiang Kai-shek e seu Partido Nacionalista (Kuomintang) preferiram combater os comunistas. Depois de um grande massacre em 1927, estes haviam se refugiado no interior. Nem a União Soviética prestou apoio. Pelo contrário, não confiava mais no poder de Mao Tsé-tung.
O líder comunista mudou, então, sua tática. Desistiu do proletariado urbano e começou a cativar os trabalhadores rurais. Na cidade de Jui-chin, na província de Kiangsi, fundou o primeiro "Estado dentro do Estado", com um sistema de sovietes (a exemplo da União Soviética) dentro da China. Mao iniciou sua administração com reformas agrárias e conseguiu cada vez mais adeptos ao seu exército comunista.
Desafios da caminhada
O governo de Chiang Kai-shek não aceitou a rivalidade e liderou cinco campanhas contra Kiangsi. Apoiado por peritos militares alemães e dispondo de armas modernas, ele venceu os comunistas e fechou um cerco em torno dos 180 mil homens do "Exército Vermelho". Cem mil deles conseguiram furar o bloqueio para seguir com Mao até o norte do país e fundar uma nova república.
Iniciava-se, assim, a legendária longa marcha de mais de 10 mil quilômetros, através de 11 províncias, que concedeu uma dimensão quase mítica aos comunistas. Dos 100 mil que partiram, apenas 20 mil chegaram. Sobreviveram à fome, ao tempo, ao cansaço, a doenças e também aos combates, que sempre voltavam a ser travados com os nacionalistas ao longo do caminho.
Depois de dois anos, Mao e sua tropa conseguiram reorganizar um governo com o sistema soviete no norte. Entretanto, ainda transcorreriam 15 anos até que fosse proclamada a República Popular da China, em 1º de outubro de 1949.