1813: Prússia declarava guerra a Napoleão
Publicado 16 de março de 2008Última atualização 16 de março de 2021O rei prussiano Frederico Guilherme 3º achava que o domínio francês estava prejudicando o desenvolvimento da Prússia, e ao mesmo tempo advertiu que a guerra seria arrasadora.
Um pequeno general revolucionário francês havia se colocado a tarefa de conquistar a Europa. Ele derrotou vários países, da Espanha à Polônia, e coroou-se imperador. Mas, aí, a sorte o abandonou. O avanço contra a Rússia havia lhe custado o exército e os países conquistados iniciaram um levante. A Prússia, por exemplo, assinou uma aliança com a Rússia para iniciar um levante contra Napoleão Bonaparte.
Exploração material e humana
A série de conquistas territoriais de Napoleão havia começado em 1796. Principalmente a Áustria, mas também a Inglaterra e a Rússia, foram as que mais resistiram à ocupação. Os povos destes territórios sofriam muito com a exploração por Napoleão, tanto material como humana, pois os homens eram obrigados a lutar nas tropas napoleônicas.
Em 1813, havia na Europa três exércitos principais na resistência contra a França: o da Boêmia, comandado pelo príncipe Schwarzenberg, com austríacos, prussianos e russos; o do Norte, comandado pelo príncipe sueco Bernadotte, com suecos, prussianos e russos; e o principal, comandado por Blücher, com prussianos e russos. Eles obrigaram Napoleão a se retirar de todo o território alemão. Seu uniforme era preto, com detalhes em vermelho e botões em bronze.
Batalha final é perdida por Napoleão
Ao mesmo tempo, o general Wellington conseguiu derrotar as tropas francesas na Espanha. Em agosto de 1813, a Áustria entrou na guerra. Napoleão estava cercado. A batalha decisiva aconteceu em outubro de 1813. Mais de cem mil soldados perderam a vida na chamada Batalha dos Povos em Leipzig, perdida pelo francês.
A corporação prussiana York tinha um contingente de 38 mil homens. Depois da cruel batalha de Leipzig, restaram apenas seis mil. Na primavera europeia de 1813, a França tinha um exército com 400 mil recrutas, a maioria entre 17 e 18 anos. Os 80 mil que haviam sobrevivido à grande batalha morreram de uma febre epidêmica trazida da Rússia.
Anseio pela liberdade
O rei Frederico Guilherme já havia previsto o grande número de vítimas quando declarou guerra a Napoleão. Já em 1807, ele havia sido derrotado, perdendo a metade de seu território, e sendo obrigado a fugir de Berlim para o Castelo de Königsberg (Kaliningrado). Este episódio despertou ainda mais o anseio do rei pela liberdade da Prússia, um ideal posto em prática com a declaração de guerra de 1813.
Os reformistas militares prussianos Scharenhorst, Gneisenau, Blücher, Hardenberg e Von Stein aliaram-se à Prússia derrotada depois de 1807 e tentaram reerguê-la, tornando-a um Estado moderno. A libertação dos judeus, em 1812, por Hardenberg, por exemplo, fez com que a gratidão destes se manifestasse no ingresso voluntário nas tropas prussianas, um ano mais tarde. "Os súditos haviam criado um sentimento de compatriotas", destaca Bruno Dreier, responsável pelo Museu Marechal Blücher.
Na realidade, isto ainda demoraria a se concretizar. Algum tempo depois, a Prússia iria acabar como tal. Ficaram as cores usadas por um pequeno corpo de voluntários da guerra de 1813, um símbolo do amor à liberdade: preto, vermelho e amarelo-ouro (as cores da atual bandeira nacional alemã).