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1791: Estreia de "A Flauta Mágica"

Publicado 30 de setembro de 2014Última atualização 30 de setembro de 2021

A primeira apresentação da ópera "A Flauta Mágica", de Mozart, aconteceu em Viena em 30 de setembro de 1791. O compositor morreria três meses depois.

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Gênio musical destacou-se pela perfeição de sua escritura
Gênio musical destacou-se pela perfeição de sua escrituraFoto: Imago/United Archives International

O compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em Salzburgo, na Áustria, em 27 de janeiro de 1756. Seu nome completo era Johannes Chrisostomus Wolfgang Theophilus Mozart, mas posteriormente ele trocou o prenome Theophilus por Amadeus.

Menino prodígio, aprendeu com o pai, também músico, e já aos 7 anos realizou sua primeira turnê pela Europa como músico. Sua primeira ópera, La finta semplice, foi escrita em 1768, quando tinha apenas 12 anos.

Esperando encontrar trabalho fora de Salzburgo e da corte do arcebispo, Mozart viajou em 1777 para Munique, Mannheim e Paris com sua mãe, que morreu subitamente em 1778.

Sem perspectiva de trabalho, voltou a Salzburg em 1779 e se tornou o organista da corte do arcebispo, de onde se demitiu em 1781, tornando-se um dos primeiros músicos da história a empreender uma carreira musical sem o apadrinhamento e os benefícios da igreja ou da corte, ou mesmo de um mecenas rico.

Mozart mudou-se para Viena, onde se casou com Constanze Weber em agosto de 1782, contra a vontade do pai. Começou aí uma época de enorme criatividade. Mozart possuía um talento incomum. Quando sentava-se para compor, simplesmente imprimia com a pena o que já estava em sua cabeça, surpreendendo pela velocidade com que fluíam as notas.

Facilidade para assimilar influências

Em sua produção musical, destacou-se pela perfeição de sua escritura, riqueza, originalidade, acuidade e sensibilidade, transcendendo todos os esquemas estabelecidos por antecessores e contemporâneos.

O gênio austríaco assimilou as mais diversas influências (sinfonias francesas, singspiel alemão, música de câmara vienense, música dramática italiana) com uma extraordinária facilidade. Ele é provavelmente o único compositor a ter escrito obra-primas em praticamente todos os gêneros musicais de sua época.

As serenatas, divertimentos e danças escritas por ele para festas ao ar livre e entretenimento da nobreza refletiam seu estilo de vida e personalidade: ao mesmo tempo em que se comportava como uma criança que parecia não amadurecer, esbanjava o dinheiro que recebia, vindo a morrer pobre.

Com A Flauta Mágica, Mozart esperava relançar sua carreira, pois passava por uma fase de incompreensão da sociedade vienense. Ele nem chegou a gozar o sucesso desta ópera, morrendo três meses depois, a 5 de dezembro de 1791, deixando seu Requiem inacabado.

O caçador de pássaros Papageno

Composto em 1791, este singspiel foi uma colaboração de Schikaneder, um misto de compositor, ator, empresário, cantor, poeta e libretista, com Mozart, que ingressou na maçonaria em Viena.

O enredo inspira-se no conto Lulu, oder Die Zauberflöte, de Liebeskind. Uma flauta mágica é a arma que uma fada dá a um jovem e belo príncipe para vencer os inimigos que lhe aparecem no caminho. A estreia, que imediatamente empolgou a maioria dos irmãos maçônicos de Mozart, não agradou ao clero e à nobreza.

Depois de estrear em Viena em 1791 e chocar com a revelação pública dos segredos da iniciação na maçonaria, não faltou quem visse na obra um significado político oculto. Na realidade, o conteúdo de A Fauta Mágica consiste fundamentalmente na vontade dos homens de que a razão triunfe sobre o obscurantismo.

É o que acontece no final: Monostatos, a Rainha da Noite e seu séquito são devorados pelas trevas, ao passo que Sarastro, Tamino, Pamina e os Sacerdotes são iluminados pelos primeiros raios da manhã. Celebra-se então a vitória da luz sobre a escuridão.