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PolíticaÁfrica do Sul

África do Sul prepara-se para cimeira BRICS sem Putin

DW (Deutsche Welle)
17 de agosto de 2023

Próxima semana acontece a 15ª cimeira BRICS. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul discutem expansão do grupo, com cerca de 70 países interessados. Lavrov vai representar a Rússia, após Putin evitar prisão.

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BRICS Treffen in Brasilien/Vladimir Putin und Cyril Ramaphosa
Foto: Mikhail Metzel/ITAR-TASS/IMAGO

África do Sul prepara-se para receber na próxima semana a 15ª cimeira do grupo de economias emergentes – BRICS . A cimeira do grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está agendada de 22 a 24 de agosto, em Joanesburgo.

A "expansão dos BRICS” será um dos temas-chave da cimeira que chamou a atenção de cerca de 70 países, tendo alguns manifestado claro interesse em aderir ao bloco, como fez referência recentemente o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa...

"Muitos países, cerca de 20, estão a fazer fila à porta e a dizer ‘vemos que o BRICS é um fórum importante que se centra no desenvolvimento, no progresso e queremos aderir. Por isso, já admitimos alguns no banco, mas outros querem entrar mesmo pela porta da frente e ser também membro dos BRICS. Por isso, também vamos discutir esse assunto."

Mas John Stremlau, professor honorário de Relações Internacionais em Joanesburgo, defende que essa expansão encontrará muitos obstáculos:

"O que se diz é que o Brasil e a Índia não estão entusiasmados com a expansão, ao contrário da China e da África do Sul que estão está muito entusiasmados."

No entanto, muitas questões têm sido levantadas sobre a cimeira principalmente desde que foi confirmada a ausência do presidente russo, Vladimir Putin, no encontro, para evitar o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra cometidos na Ucrânia.

Como membro do Tribunal Penal, a África do Sul está sob pressão para prender Putin, assim que este pisasse em solo sul-africano.

Assim, a Rússia será representada na cimeira por Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros.

A ameaça de Putin

Nova moeda para transações

A discussão sobre a nova moeda para transações entre os países-membros também fará parte da agenda da cimeira. Os benefícios do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS também estão a gerar interesse, especialmente entre os potenciais novos membros. Mas Chris Hattingh, Diretor de Análise Política do Centro de Análise de Risco, afirma que a China ficará sempre com a "maior fatia do bolo”, independentemente do número de países que se juntem...

"A China tem maior peso dentro dos BRICS. A África do Sul tem, em grande parte, o défice comercial mais baixo de todos os seus parceiros do bloco. Isso significa que, em geral, exportamos mais matérias-primas para esses países e importamos mais produtos manufaturados."

De acordo com o Departamento de Comércio, Indústria e Concorrência da África do Sul, os BRICS representam 40% da população mundial. A soma do PIB de mais de 23 biliões de dólares equivale a uma participação de 26% na economia global.

Mas com a expansão em cima da mesa, só o tempo dirá se a inclusão de países como o Irão aumentará o poder económico do bloco ou se trará tensões entre os países membros e blocos semelhantes na Europa e no Ocidente.