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Violência pós-eleitoral: MDM critica FRELIMO

Delfim Anacleto
16 de novembro de 2023

O Parlamento moçambicano rejeitou, na quarta-feira, a proposta de criação de uma comissão de inquérito para investigar os alegados assassinatos ocorridos durante as eleições autárquicas. Oposição critica a FRELIMO.

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Polícia na Beira depois das eleições autárquicas, em outubro
Foto: Arcénio Sebastião/DW

O porta-voz da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na Assembleia da República, Fernando Bismarque, explica que o objetivo da proposta era "dar uma resposta ao clamor popular" na sequência da contestação aos resultados das eleições autárquicas de 11 de outubro.

Depois do processo de votação, "houve uma ação brutal da polícia que resultou na morte de concidadãos nossos", afirma Bismarque em declarações à DW África.

Chiúre: Polícia confirma morte de menor por baleamento

"Houve uma morte em Chiúre, na província de Cabo Delgado, em Nampula, mas também houve um deputado da Assembleia da República por parte da bancada parlamentar da FRELIMO que pisoteou o material de campanha do MDM, no distrito de Homoíne, na província de Inhambane".

Contudo, a proposta da comissão de inquérito foi rejeitada pelo voto maioritário da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), no Parlamento.

A polícia é "parceira" da FRELIMO?

Bismarque atribui a responsabilidade à FRELIMO pelos alegados atos brutais da polícia e sustenta que a criação da comissão poderia revelar a verdade sobre as ações da corporação.

"A FRELIMO quis transmitir a ideia de que a polícia foi parceira dela", refere o porta-voz do MDM. "A criação de uma comissão parlamentar de inquérito poderia fazer com que chegássemos à verdade dos factos, porque a ação da polícia não é isolada. Faz parte de um expediente para subverter a vontade popular manifestada nas urnas e é também uma tentativa de regresso ao monopartidarismo".

A bancada parlamentar da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), que não participa das sessões da Assembleia da República desde as eleições de outubro, considera essencial apurar a verdade e responsabilizar os envolvidos na violência pós-eleitoral.

Autárquicas: "Presidente da CNE deveria pedir a demissão"

Arnaldo Chalaua, porta-voz do grupo parlamentar do partido, descreve cenários de alegada utilização da força policial para reprimir cidadãos: "Moçambique é um país onde os governantes começam a atacar os cidadãos", comenta.

"Eles têm medo dos cidadãos, porque na verdade fizeram uma fraude vergonhosa nas eleições autárquicas. Pessoas foram mortas em Chiúre, Quelimane, Maputo e um pouco por este país. Em Namicopo, em um dia só morreram 11 pessoas, incluindo uma criança."

Além da proposta no Parlamento, o MDM pede uma atuação mais robusta da Procuradoria-Geral da República, para responsabilizar os envolvidos na violência pós-eleitoral.

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