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"Violência em Abyei não põe em causa a independência"

24 de maio de 2011

Apesar da crise em Abyei o Sul do Sudão irá tornar-se no mais novo país do mundo a 9 de julho. A garantia foi dada por Barnaba Marial Benjamin, ministro da Informação do Sul do Sudão.

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Casas incendiadas em Abyei. A ONU condena as pilhagens e os fogos postos que militares leais ao presidente al-Bashir têm efetuado neste enclave
Casas incendiadas em Abyei. A ONU condena as pilhagens e os fogos postos que militares leais ao presidente al-Bashir têm efetuado neste enclaveFoto: picture-alliance/dpa

Trata-se um facto adquirido: a tão desejada independência será celebrada na data marcada. Esta é a convição de Barnaba Marial Benjamin, ministro da Informação do Sul do Sudão. “Claro que vamos ter a nossa independência a 9 de julho de 2011. Os preparativos já estão a ser feitos. As pessoas do Sul do Sudão votaram pelo seu próprio país, foi um referendo livre, justo e credível. Reconhecido por todo o mundo e reconhecido por ambos os partidos o NCP e o SPLM, pelo governo de Cartum e pelo governo do Sul do Sudão”.

Conflitos turvam futuro

Uma sudanesa vota durante o referendo de janeiro de 2011, que decidiu a independência
Uma sudanesa vota durante o referendo de janeiro de 2011, que decidiu a independênciaFoto: AP

A alegria suscitada pelos festejos da independência está a ser ensombrada pelo conflito armado em Abyei. No domingo (22/5), os blindados das forças do Norte ocuparam a localidade de Abyei, que se situa numa região disputada entre norte e sul, em violação dos acordos de paz em vigor.

Mais de 15 mil pessoas fugiram já dos recentes combates na região de Abyei para se refugiarem no Sul, anunciou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).

Para Barnaba Marial Benjamin, trata-se claramente de um “acto de guerra” e é necessária a intervenção da comunidade internacional. " E se o Governo sudanês se recusar a ouvir a voz da paz das Nações Unidas, outras medidas podem ser tomadas, porque eles iniciaram uma ação militar que perturba a paz mundial e a paz regional. Se o governo sudanês recusar, é da responsabilidade da comunidade internacional fazer com que as tropas retirem de Abyei".

À procura de uma solução política

Apesar da gravidade da situação neste enclave rico em recursos hídricos e petróleo, a única saída continua a ser uma resolução pacífica do conflito e o Sul do Sudão garante que não irá entrar numa espiral de retaliação.“ Essa é a única saída. Trata-se de uma questão política e não militar. É uma questão política que necessita de uma resolução pacífica”.

Autor: Helena de Gouveia

Revisão: Renate Krieger