Macamo: "Exigimos que os ataques parem na África do Sul"
30 de janeiro de 2023Nas redes sociais circulam imagens de ataques a viaturas particulares e de passageiros na África do Sul, depois da fronteira da Ponta do Ouro, a sul da província de Maputo.
Os vídeos mostram quatro viaturas particulares em chamas e, num outro momento, um autocarro de passageiros também a arder, na semana passada. Ninguém sabe ao certo quem são os indivíduos que praticam tais atos. Mas sabe-se que exigem dinheiro.
Entre a cidade de Maputo e a terra do rand circulam vários cidadãos que fazem compras de diversos produtos para revender em Moçambique. Os ataques deixam nervosos os comerciantes, também conhecidos por "mukheristas".
"Tenho de ir à África do Sul, se tivesse boas condições não iria", afirma uma cidadã ouvida pela DW África.
Automobilistas privados e condutores de transporte de passageiros queixam-se frequentemente de agressões. Com os novos ataques, alguns proprietários pararam de viajar desde domingo (29.01):"Eles, quando entendem, agridem. É muito complicado e sempre temos alertado a polícia, pedindo socorro", afirmou um motorista.
Exigência moçambicana
A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, garantiu, esta segunda-feira (30.01), que o Governo moçambicano está em contacto com a África do Sul. Macamo exige que estes ataques de desconhecidos a moçambicanos na África do Sul parem.
"Acho que esse não é um desejo do Governo sul-africano. O problema principal é quando é que [os ataques vão] parar. É isso que também exigimos ao Governo sul-africano, que essas coisas parem", afirmou.
A governante acredita que haverá em breve uma resposta das autoridades sul-africanas: "Penso que haverá uma resposta formal", referiu.
Na África do Sul, os moçambicanos têm também sido alvos de ataques xenófobos, que já deixaram dezenas de mortos. Os seus bens também têm sido vandalizados.