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Venâncio Mondlane declara-se vencedor das presidenciais

Lusa
10 de outubro de 2024

Declarações de Venâncio Mondlane baseiam-se nos resultados da contagem paralela da sua candidatura, quando estão apuradas 25% das mesas de votação. Mondlane diz que vai formar Governo com todos, incluindo a FRELIMO.

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Venâncio Mondlane, candidato às presidenciais moçambicanas, 2024
"Estamos a preparar-nos para em 2025 assumirmos o Governo da República de Moçambique", disse Venâncio MondlaneFoto: Romeu da Silva/DW

O candidato presidencial Venâncio Mondlane declarou-se, esta quinta-feira (10.10), vencedor das eleições para Presidente da República de Moçambique, realizadas na quarta-feira, com base nos resultados das atas e editais da votação que estão a ser processados pela sua candidatura.

"Estamos a fazer uma declaração pública de vitória em face das atas e dos editais originais, verdadeiros, que chegaram a nós", disse o candidato, numa autointitulada declaração ao país, através das suas redes sociais, ao início da tarde desta quinta-feira, mas que não foi corroborada até ao momento por qualquer informação oficial dos órgãos eleitorais.

Esta contagem paralela já havia sido feita em 2023, quando concorreu à autarquia de Maputo, reclamando vitória que depois não foi confirmada oficialmente, originando dezenas de marchas de protesto na capital.

"Até ao momento nós temos uma tendência de voto de 65% para Venâncio Mondlane e 60% para o partido Podemos [sem representação no parlamento, que apoia a sua candidatura]", afirmou Mondlane.

Eleições em Moçambique 2024
"Eu, Venâncio Mondlane, sou a preferência e o justo vencedor para a Presidência da República de Moçambique", disse hoje MondlaneFoto: Nádia Issufo/DW

"Isto quer dizer que, até ao que foi contabilizado no momento, eu, Venâncio Mondlane, sou a preferência e o justo vencedor para a Presidência da República de Moçambique e o partido Podemos é o partido com maioria parlamentar (...) Isto é um ponto assente", garantiu.

Comissão de Transição Governativa

"Neste momento que vos falo já constituímos uma comissão, que chamamos de CTG, que é a Comissão de Transição Governativa, que vai, a partir de janeiro de 2025, ter acesso aos ministérios (...) para se inteiraram dos dossiês (..) e das chaves", afirmou ainda.

Na mesma ocasião, Mondlane acrescentou que a CTG "vai fazer a transição pacífica" de um "regime que perdeu as eleições depois de 50 anos e que tem de passar o poder para uma nova governação".

Disse ainda que pretende formar um Governo com elementos de todos os partidos, incluindo da FRELIMO.

"Vamos ter pessoas de todos os partidos, incluindo do próprio partido Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique]. Há pessoas boas, há pessoas ponderadas, há pessoas sérias no partido Frelimo, mas que estão no meio, digamos, deste emaranhado", afirmou, ao início da tarde de hoje, através das suas redes sociais, numa autointitulada declaração ao país, de cerca de 50 minutos.

Os números das eleições moçambicanas

"Vamos fazer um Governo que não vai depender do critério partidário. Vai depender do critério patriótico, da meritocracia e sobretudo do comprometimento com a sua pátria e aqueles que querem dar a sua própria vida para que este país no futuro seja um país melhor", insistiu.

Citando o líder fundador da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Jonas Savimbi (1934-2002), acrescentou que o futuro de Moçambique, neste momento, depende do povo.

"O vosso futuro não depende de mim, Venâncio Mondlane, o vosso futuro depende da vossa coragem. Jovens, este é o momento de serem corajosos", pediu.

De acordo com a legislação eleitoral, na noite de quarta-feira foi feito o apuramento dos resultados ao nível das mesas, seguindo-se um período de até três dias para o apuramento oficial ao nível dos distritos e até cinco dias, após o dia da votação, para o apuramento provincial.

 A Comissão Nacional de Eleições tem um prazo de até 15 dias para anunciar os resultados, que depois seguem para validação pelo Conselho Constitucional, que não tem prazos para uma proclamação final, tendo ainda de analisar os recursos recebidos.

Eleições moçambicanas: O voto dos jovens