UEFA: Os 3 candidatos a Treinador do Ano 2020/21
20 de agosto de 2021Vencedor da Premier League, campeão europeu e campeão europeu de seleções. Cada treinador finalista conquistou os três títulos mais cobiçados do futebol europeu.
Os melhores para a UEFA foram Pep Guardiola, Thomas Tuchel e Roberto Mancini. Afinal, quem foi o melhor treinador em 2020/21? A eleição será na próxima quinta-feira, 26 de agosto.
Pep Guardiola
Aos 50 anos, Pep Guardiola, o mestre espanhol do "Tiki-Taka", já é o terceiro treinador mais titulado do futebol mundial. Conquistou 31 títulos: 2 x Liga dos Campeões | 3 x Mundial de Clubes | 3 x Supertaça Europeia | 3 x Liga Espanhola | 2 x Taça de Espanha | 3 x Supertaça de Espanha | 3 x Bundesliga | 2 x Taça da Alemanha | 3 x Liga Inglesa | Taça de Inglaterra | 4 x Taça da Liga Inglesa | 2 x Supertaça de Inglaterra.
No entanto, apesar de mais uma Premier League conquistada ao serviço do Manchester City, a terceira em quatro anos, pede-se mais a Pep Guardiola. Pede-se um título europeu, pede-se a Liga dos Campeões. E será pedir assim tanto a um treinador que já investiu mais de mil milhões de euros do dinheiro do City em transferências de jogadores?
Guardiola esteve muito perto de concretizar o sonho dos "citizens" na época passada. Chegou à final da Liga dos Campeões, a primeira da história do clube, mas desiludiu. Não por perder para o Chelsea, que, sob o comando de Thomas Tuchel, estava quase a roçar a perfeição na "Champions", mas sim pelo medo de perder ter sido maior do que a vontade de ganhar. Mais do que uma opinião, foi unânime no seio do City, depois de Guardiola ter mexido na equipa-base para a final. Começou a final com Aguero e Gabriel Jesus no banco e preferiu lançar De Bruyne como falso 9. Mexeu também no meio-campo, ao deixar Rodri e Fernandinho no banco, abdicando de um "6" e preferindo jogar com um meio-campo com Gundogan, Bernardo Silva e Phoden, ou seja, muito ofensivo, perante um Chelsea que tinha no seu meio-campo homens como Kanté e Jorginho.
Se tivesse ganho seria mais um grande golpe tático. Mas o jogo correu mal, houve poucas oportunidades de golo. Pep Guardiola ainda mexeu no jogo, mas já foi tarde. Há quem diga que, sem Messi, nunca mais voltará a ganhar a Liga dos Campeões...
Thomas Tuchel
O técnico alemão de 47 anos passou de despedido, a desempregado, a campeão europeu em seis meses! Em agosto de 2020, chegou à final da Liga dos Campeões pelo PSG, mas apanhou pela frente a equipa que "limpou" a competição e deixou danos colaterais. Perguntem ao Barcelona... Mesmo tendo sido bicampeão francês, o PSG decidiu dispensar o técnico alemão uns dias depois do Natal. Que rica prenda! No entanto, a época natalícia chegou mais tarde para Tuchel, que, a 26 de janeiro, assinou contrato pelo Chelsea e transformou o futebol dos "blues": defender o melhor possível, controlar o meio-campo e ser sublime a finalizar.
Montou a equipa num 3-4-3 e fez a aposta perfeita no meio-campo! Juntou Jorginho a Kanté e formou uma dupla no meio-campo insuperável. Conseguiu apurar a equipa para a Liga dos Campeões da época seguinte, ao subir a equipa até ao 4º lugar da Premier League. Na prova milionária, a história foi diferente.
No arranque do "mata-mata", o Chelsea dominou e controlou o Atlético de Madrid com uma vitória por 3-0 no agregado das duas mãos. Nos quartos de final, passou pelo FC Porto - com alguma rotatividade no plantel - com um agregado de 2-1, sofrendo a única derrota nesta fase. Nas meias-finais, apareceu um Real Madrid sem argumentos para combater com os "blues". Empate 1-1 em Madrid e, na 2ª mão, vitória inglesa por 2-0, e podiam ter sido muitos mais...
Na grande final, Tuchel deu uma lição tática a Pep Guardiola e controlou a final da Liga dos Campeões, que venceu por 1-0. Imaginem se Tuchel tivesse perdido. Seria o primeiro treinador na história do futebol a perder duas finais consecutivas por dois clubes diferentes. Mas não foi. Tuchel foi o grande obreiro do sucesso europeu do Chelsea.
Roberto Mancini
Na primeira década do novo milénio, Mancini roubou a hegemonia do futebol italiano ao AC Milan e Juventus, sendo tricampeão nacional ao serviço do Inter Milão. Em 2011/12, conquistou a Premier League pelo Manchester City, na altura muito diferente daquilo que conhecemos hoje. Quem se lembra da mítica última jornada, em que o City estava a perder em casa com o QPR por 1-2, aos 90 minutos, e a precisar de ganhar a partida para ser campeão? Quem é que não saltou da cadeira quando Aguero, aos 94 minutos, fez o 3-2 e deu um título épico, num dos momentos mais emotivos do futebol mundial?
Aliás, para muitos adeptos do City, foi o título ganho por Mancini que ditou uma nova era competitiva no City, que, nos últimos quatro anos, ganhou três campeonatos.
Depois da histórica ausência do Mundial de 2018, que não acontecia há 60 anos, Mancini foi convidado a transformar a seleção italiana. Mas não à moda antiga, à moda fina! Lembra-se daquelas seleções italianas que se fechavam atrás, "atrasavam" o ritmo de jogo, faziam dois ou três remates à baliza e sempre no contragolpe? 34 jogos sem perder, 15 vitórias consecutivas e sete vitórias em outros tantos jogos neste EURO2020. Italia fino alla fine! Itália até ao fim! A Itália foi campeã da Europa, o título foi limpo e merecido!
4-3-3 ofensivo, que tombou todos os que lhe passaram pela frente, Mancini deu uma nova vida ao futebol italiano. Passou por prolongamentos, penáltis, goleadas e vitórias mínimas, mas ficou sempre a mesma ideia: foi a melhor seleção deste Europeu, tatica e mentalmente.