UE promete criar 10 milhões de empregos em África
13 de setembro de 2018O continente africano "precisa de uma parceria equilibrada, uma verdadeira sociedade. Nós, europeus, também precisamos desta parceria", frisou Jean Claude Juncker no seu discurso sobre o Estado da União no Parlamento Europeu, na quarta-feira (12.09).
"Estamos a propor uma nova aliança sustentável de investimentos e trabalhos entre a Europa e África. Esta aliança vai criar mais de 10 milhões de empregos em África nos próximos cinco anos", anunciou.
À saída do hemiciclo, em Estrasburgo, o comissário português da Inovação e Ciência, Carlos Moedas, defendeu que a parceria União Europeia-África pode ser uma nova oportunidade para a Europa. Além de aplaudir a decisão de Juncker, o comissário elogiou a opção da Comissão Europeia ao "passar do assistencialismo para uma parceria" de igual para igual.
"Pela primeira vez falámos do nosso futuro falando de África. Ele falou em passar do assistencialismo para uma parceira", destacou. "Temos um grande projeto sobre ensaios clínicos com África - de tuberculose, malária e outras doenças - e aquilo que me dizia sempre a minha equipa é que aquele projeto funcionava porque estávamos todos de igual para igual. Os investigadores africanos tinham o mesmo peso que os investigadores europeus e trabalhávamos em conjunto."
Moldes da nova parceria ainda por divulgar
Os moldes em que vai funcionar a nova parceria Europa-África não foram entretanto divulgados. Espera-se que nos próximos dias a Comissão Europeia aprofunde este tema e dê novas informações sobre o projeto.
No seu discurso, Jean-Claude Juncker, prometeu fortalecer a segurança do Mediterrâneo e das fronteiras europeias. "Não podemos continuar a lutar para encontrar soluções temporárias cada vez que um novo barco com refugiados chega à Europa. A solidariedade temporária não é suficiente. Precisamos de solidariedade duradoura - para hoje e para o futuro", frisou.
Neste contexto, Jean-Claude Juncker avançou medidas concretas para proteger os migrantes e lançou um apelo aos Estados-membros. "Apresentamos uma proposta para reforçar a Guarda Costeira e as fronteiras. Estas devem ser protegidas de forma eficaz. Por isso, estamos a propor que o número de guardas de fronteira financiados seja de 10.000 em 2020."
Outro dos objetivos é estender a ação da agência europeia de refugiados. "Estamos a propor o regresso dos imigrantes ilegais. Repito o meu desejo no Parlamento que é a abertura das rotas legais para a migração em direção à Europa. Precisamos de migrantes qualificados", lembrou ainda o presidente da Comissão Europeia.