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UE preocupada com atrasos no apuramento dos resultados em Moçambique

António Cascais 21 de outubro de 2014

A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia manifestou-se preocupada com os atrasos no apuramento dos resultados das eleições gerais, que "deterioram o que tinha sido um início ordeiro da jornada eleitoral".

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Judith SargentiniFoto: DW/A. Cascais

A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE UE) tem estado a observar os processos de contagem e apuramento em todas as províncias. Depois da chefe da missão, a eurodeputada Judith Sargentini ter dito que a jornada eleitoral foi "ordeira", os observadores da UE, vieram agora a público dizer que o processo tem-se deparado com muitos problemas.

Observadores da UE agora menos otimistas

"Muitas dificuldades, muitos obstáculos" - os observadores da União Europeia mostram-se agora muito menos otimistas do que na sexta-feira passada (17.10), aquando da apresentação do relatório preliminar. Vinte e dois observadores de longo prazo da UE continuam em Moçambique e relatam muita falta de organização, tratamento incorrecto das actas e material de votação e métodos de apuramento demorados.A DW África entrou em contacto com a chefe da missão, a eurodeputada holandesa, Judith Sargentini, que entretanto já se encontra em Estrasburgo. As suas palavras agora são as seguintes:

"Em muitos casos, o apuramento a nível provincial começou sem que estivesse terminado o apuramento a nível dos distritos. Os prazos legais para o anúncio dos resultados distritais e provinciais, respectivamente dois e cinco dias após a jornada eleitoral, não foram, na sua maioria, cumpridos. Nós continuamos no terreno, continuamos a observar até que todos os votos estejam contados."

MOE UE lamenta obstáculos

Judith Sargentini lamenta os obstáculos colocados aos observadores da UE no acesso à informação sobre o apuramento provincial em Cabo Delgado e na Zambézia, sendo que, segundo a lei, todo o processo eleitoral deve pautar pela transparência e integridade.

Mosambik Wahlen 15.10.2014 Wähler
Eleitores moçambicanosFoto: DW/E. Saul

"No nosso relatório preliminar dissemos que reconhecíamos os esforços das autoridades eleitorais, dissemos que tudo tinha corrido bem, é certo. Mas também dissemos que na campanha não houve igualdade de oportunidades. A FRELIMO recorreu indevidamente a pessoal e material que pertence ao governo e não ao partido."

"O dia das eleições foi globalmente ordeiro"

Resumindo: A observadora da União Europeia sai agora a público, dizendo que não disse que as eleições foram livres, justas e transparentes:

"Não usei esses termos. Dissemos que o dia das eleições foi globalmente ordeiro, mas que - entre outros problemas - não houve igualdade de oportunidades durante a campanha."
E está a par de todos os problemas no processo de contagem? Os atrasos e irregularidades no centro e norte do país?

"Sim, estou a par de tudo. Os nossos observadores ainda estão no terreno. Todos os problemas serão tidos em conta no nosso relatório final que publicaremos depois do anúncio oficial dos resultados."

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EU Beobachtermission in Mosambik
Missão de observação da UEFoto: DW/A. Cascais
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