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UA pede ajuda contra a cólera em Moçambique e no Malawi

Lusa
6 de abril de 2023

Centros de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana apelam ao apoio da comunidade internacional para combater surtos de cólera em Moçambique e no Malawi, recentemente agravados pelo ciclone tropical Freddy.

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Mikroskopaufnahme von Cholera Bakterien
Foto: CAVALLINI JAMES/BSIP/picture alliance

Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) da União Africana (UA) apelaram esta quinta-feira (06.04) ao "apoio" da comunidade internacional para combater os surtos de cólera em Moçambique e no Malawi, recentemente agravados pelos impactos do ciclone tropical Freddy.

"As infraestruturas sanitárias e sociais de Moçambique e do Malawi foram danificadas. Apelamos a todos aqueles que têm a capacidade de ajudar a cooperar com estes países para restabelecer a normalidade", disse o diretor em exercício do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças para África, Ahmed Ogwell, numa conferência de imprensa online.

"As respostas [nestas duas nações africanas] exigem uma abordagem humanitária", acrescentou Ogwell, que salientou a necessidade de assegurar o fornecimento de água potável, a eliminação adequada de resíduos humanos e comunicações inter-regionais, entre outras medidas urgentes.

Embora o médico queniano tenha observado uma diminuição de 60% nos novos casos de cólera detetados em todo o continente esta semana, em comparação com a última, lamentou que a taxa de mortalidade por esta doença continue a ser demasiado elevada.

"Estamos a trabalhar para manter a taxa de mortalidade abaixo de 1%, o que é recomendado pelos padrões internacionais, mas estamos atualmente a registar uma taxa de 2%", disse.

Mosambik Zerstörung nach Zyklon Freddy im Zentrum
Ciclone Freddy causou inúmeros estragos nos dois paísesFoto: B. Jequete/DW

Mais de 100 mortos em Moçambique

As autoridades moçambicanas comunicaram pelo menos 101 mortes por cólera e cerca de 23.000 infeções desde setembro passado, enquanto 1.727 pessoas morreram da doença desde março de 2022 no Malawi, onde 59.968 casos foram detetados até à data.

Ogwell advertiu que a doença, que está presente em dez países africanos, poderia continuar a alastrar a novas nações.

O ciclone Freddy, um dos mais longos da história, atingiu Moçambique duas vezes, entre fevereiro e março, provocando inundações, destruindo casas e fazendo mais de 676 mortos no Malawi, segundo o Departamento de Gestão de Desastres. Em Moçambique, mais de 161 pessoas morreram.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) observou que os surtos de cólera se multiplicaram devido à crescente ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos, tais como inundações e secas, bem como guerras e deslocações forçadas de populações, o que limita o acesso à água potável.

Trata-se de uma doença diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminada com o bacilo vibrio cholerae. A OMS continua a descrevê-la como "uma ameaça global à saúde pública e um indicador de iniquidade e falta de desenvolvimento".

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