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Tshisekedi toma posse como Presidente da RDC

gcs | Reuters | AP | AFP | Lusa
24 de janeiro de 2019

É um dia histórico na República Democrática do Congo. Félix Tshisekedi tomou posse como Presidente, prometendo unir o país. As eleições presidenciais de dezembro foram contestadas por outro candidato da oposição.

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DR Kongo  Kinshasa Vereidigung Präsident Felix Tshisekedi
Foto: picture-alliance/AP Photo/J. Delay

Félix Tshisekedi tomou posse numa cerimónia no palácio presidencial em Kinshasa. Ao discursar pela primeira vez como Presidente, Tshisekedi anunciou "uma nova era". Prometeu ainda que a República Democrática do Congo (RDC) não será um país onde reine a "divisão, o ódio ou o tribalismo".

"Queremos construir um Congo forte, voltado para o seu próprio desenvolvimento, em paz e segurança. Um Congo para todos, em que todos têm lugar", afirmou Tshisekedi.

O novo Presidente congolês lembrou ainda o pai, o opositor histórico congolês Étienne Tshisekedi, que, em desafio, se autoproclamou Presidente depois de perder para Joseph Kabila em 2011.

Tshisekedi sentiu-se mal e abandonou a cerimónia de tomada de posse esta quinta-feira (24.01), mas regressou ao palco pouco depois, dizendo que a emoção do momento o deixou assim e que ficou exausto com a eleição. 

DR Kongo scheidender Präsident Joseph Kabila neben Nachfolger Felix Tshisekedi während einer Einweihungsfeier in Kinshasa
Presidente cessante da RDCongo, Joseph Kabila (esq.), ao lado do sucessor Félix Tshisekedi Foto: Reuters/O. Acland

O Presidente cessante, Joseph Kabila, pediu à população congolesa para reconhecer "o Presidente eleito de forma esmagadora", garantindo que o novo chefe de Estado "poderá contar" consigo.

Esta foi a primeira transição de poder pacífica de um Presidente congolês desde a independência da Bélgica, em 1960. 

Na cerimónia só esteve presente um chefe de Estado estrangeiro, o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta.

DR Kongo Martin Fayulu in Kinshasa
Candidato da oposição, Martin FayuluFoto: Reuters/B. Ratner

Acusações de fraude

Tshisekedi, de 55 anos, venceu as eleições presidenciais de 30 de dezembro com 38,57% dos votos. Em segundo lugar ficou o opositor Martin Fayulu, com 34,86% dos votos, de acordo com os resultados divulgados pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI). Emmanuel Ramazani Shadary, o candidato do partido no poder e delfim de Joseph Kabila, não passou do terceiro lugar.

No entanto, Fayulu contestou estes resultados no Tribunal Constitucional, acusando Kabila de orquestrar uma "fraude eleitoral" com o apoio de Tshisekedi.

Fayulu citou, por exemplo, dados recolhidos por 40 mil observadores eleitorais da Conferência Episcopal Congolesa, que lhe atribuíam a vitória, com mais de 60% dos votos. E anunciou ser o único Presidente legítimo da RDC, apelando aos cidadãos congoleses para "não obedecerem" às ordens de outros candidatos.

Mas o Tribunal Constitucional validou os resultados da CENI.

Depois da decisão da Justiça congolesa, a União Africana e a União Europeia anunciaram estar disponíveis para "trabalhar com o Presidente Tshisekedi e com todos os partidos congoleses". Na mesma linha, os Estados Unidos da América prometeram trabalhar com o novo Governo congolês. Mas encorajaram Kinshasa a averiguar as denúncias de irregularidades eleitorais.

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