Tropas da CEDEAO vão ficar um ano na Guiné-Bissau
16 de maio de 2022A Missão de Estabilização e Segurança para a Guiné-Bissau (MSSGB), que deverá ficar no país durante 12 meses, chega ao país para "apoiar as forças guineenses na proteção do Presidente Umaro Sissoco Embaló e as autoridades especificadas", diz um documento da CEDEAO na posse da DW África.
O ponto 3 da ordem da missão precisa que a MSSGB vai ainda "proteger a população civil e melhorar as condições de segurança de acordo com as normas internacionais".
A missão composta por 631 membros deve chegar ao país esta quarta-feira (18.05), avança à DW África uma fonte da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
"18 membros vão para o Estado-Maior das Forças Armadas, incluindo o Comandante da Força, uma unidade de Polícia de 140 elementos, três brigadas de infantaria com 400 soldados, um hospital de nível 2, com 50 funcionários, e uma secção de comunicação composta por 23 funcionários", lê-se no documento da organização.
A componente civil da missão é composta pelo chefe de missão, que será o Representante Residente da CEDEAO em Bissau, Boly Hamidou, e dois peritos. A estrutura será responsável pela coordenação política e atividades de boa governação sob a responsabilidade do chefe de missão.
Que países participam?
Devem integrar a força MSSGB da CEDEAO os militares da Nigéria, Togo e Senegal, num primeiro momento, podendo mais tarde ser reforçada por soldados de outros países da comunidade oeste-africana, precisou a fonte militar guineense.
Uma delegação do Estado-Maior General das Forças Armadas guineense deverá receber o contingente de 90 militares da MSSGB a partir do posto de fronteira de Djegue, em São Domingos, a poucos quilómetros do Senegal.
Um grupo de oficiais do comando da força já se encontra em Bissau, desde finais de abril, e o grosso do contingente será instalado no Clube Militar, no bairro da Santa Luzia, e no quartel do regimento da Banda de Música, junto ao aeroporto Osvaldo Vieira.
Polémica e queda do Parlamento
Os chefes de Estado e de Governo da CEDEAO decidiram enviar uma força de estabilização para o país na sequência do ataque ao Palácio do Governo, em 01 de fevereiro, quando se encontrava a decorrer uma reunião do Conselho de Ministros com a presença do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam. O Presidente classificou o ataque como uma tentativa de golpe de Estado.
Os partidos da oposição criticaram o envio da missão sem que o Parlamento da Guiné-Bissau tenha sido ouvido.
A chegada do primeiro contingente da força de estabilização ao país acontecerá depois de o chefe de Estado ter anunciado a dissolução do Parlamento e a marcação de eleições legislativas para 18 de dezembro próximo.