Suspeitos de ataques no norte de Moçambique são abatidos
2 de junho de 2018Segundo informação veiculada canal de televisão STV, oito suspeitos terão sido mortos pelas autoridades durante uma operação nas matas da província de Cabo Delgado, junto a uma das aldeias onde, no domingo passado, foram decapitadas dez pessoas.
De acordo com a STV, os supostos agressores terão sido abatidos na sexta-feira (01.06), depois de mais uma pessoa ter sido decapitada, na quinta-feira, na povoação de Muti, no mesmo distrito. Juntamente com os suspeitos terão sido descobertas catanas e uma metralhadora AK-47, além de comida e de um passaporte tanzaniano, acrescentou o canal.
Os agressores estariam junto a um rio quando foram descobertos e abatidos, sendo que já noutras ocasiões terão sido detetados junto a cursos de água, adiantou ainda a STV, que disse ter obtido a informação junto de membros das forças de defesa e segurança.
Outras fontes contactadas pela agência de notícias Lusa, no distrito de Palma, também falam de um contra-ataque das autoridades, mas não especificaram quantos terão sido abatidos. De acordo com estas fontes, os suspeitos foram encontrados enquanto preparavam comida, no meio de uma floresta em Quissengue, posto administrativo de Olumbi. As mesmas fontes também garantiram que os membros das forças de defesa e segurança terão sido apoiados nas operações por residentes.
Mesquitas reabertas
Entretanto, o Governo provincial de Cabo Delgado permitiu a reabertura de três mesquitas em Pemba, capital da província, depois de terem sido encerradas no final de 2017 por indícios de ligação aos grupos armados que atacam a região.
A reabertura foi permitida depois de os líderes das respetivas mesquitas se terem distanciado dos movimentos radicais suspeitos, de acordo com a edição de hoje do jornal Notícias.
Ataques
A vila de Mocímboa da Praia e povoações do meio rural da província de Cabo Delgado têm sido alvo de ataques de grupos armados desde outubro de 2017, causando um número indeterminado de mortes e deslocados.
Um estudo divulgado em maio, em Maputo, aponta a existência de redes de comércio ilegal na região e a movimentação de grupos radicais islâmicos, oriundos de países a norte, como algumas das raízes da violência.
Diversos investimentos estão a avançar na província para exploração de gás natural dentro de cinco a seis anos, no mar e em terra, com o envolvimento de algumas das grandes petrolíferas mundiais.