Sul-africanos novamente nas ruas contra Presidente Zuma
12 de abril de 2017Menos de uma semana após uma primeira vaga de manifestações em várias cidades da África do Sul, a capital voltou esta quarta-feira (12.04) a ser palco de uma marcha que terminou junto à sede do governo. "Zuma deve cair" voltaram a gritar os participantes.
A manifestação contou sobretudo com militantes da Aliança Democrática (DA) e dos Combatentes pela Liberdade Económica (EFF), os dois principais partidos contra o Congresso Nacional Africano (ANC, no poder).
Envolvido há meses numa série de casos de corrupção, o Presidente da África do Sul enfrenta uma nova tempestade política desde a remodelação do Governo a 30 de março.
A demissão do ministro das Finanças, Pravin Gordhan, que se opunha a Zuma em nome da transparência da gestão dos fundos públicos, provocou a cólera da oposição e a deterioração da classificação financeira da África do Sul. A remodelação provocou também uma crise aberta no seio do ANC.
Moção de censura
Na sexta-feira (07.04), milhares de pessoas já tinham desfilado em várias cidades sul-africanas para pedir a saída de Zuma. A Aliança Democrática e os Combatentes pela Liberdade Económica apresentaram no Parlamento uma nova moção de censura contra o chefe de Estado.
Jacob Zuma qualificou os protestos de "racistas", embora neles estivessem representadas todas as etnias, religiões e culturas do país.
O ANC, que dispõe de uma confortável maioria de 249 lugares em 400 no Parlamento, prometeu rejeitar a moção de censura, cuja votação está prevista para o próximo dia 18.
O voto poderá, no entanto, ser adiado devido a uma disputa legal sobre uma possível votação secreta, o que permitiria que os rivais de Zuma juntassem os seus votos aos da oposição.
"Se houver uma votação secreta no Parlamento, é provável que aqueles que estão contra o ANC obtenham a maioria", disse hoje o presidente do Congresso do Povo (COPE, oposição), Mosiuoa Lekota.