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ConflitosSudão

Sudão: Grupo paramilitar anuncia nova trégua de 24 horas

Lusa
19 de abril de 2023

O grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) anunciou um novo acordo de cessar-fogo de 24 horas após as tréguas acordadas para terça-feira não terem sido respeitadas pelas partes beligerantes no Sudão.

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Foto: Ahmed Satti/AA/picture alliance

Os combates, que opõem desde sábado o exército às Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), provocaram pelo menos 270 mortos.

Numa declaração na rede social Twitter, as RSF anunciaram ter sido "aprovada uma trégua de 24 horas que começará às 18:00 locais desta quarta-feira (19.04) e terminará às 18:00 de quinta-feira, 20 de abril de 2023".

"Confirmamos o nosso total empenho num cessar-fogo total e esperamos que a outra parte cumpra o armistício durante o período anunciado", disseram.

As duas partes acusaram-se mutuamente de violarem o cessar-fogo acordado na terça-feira.

O exército sudanês ainda não comentou o anúncio das RSF, emitido minutos após as forças armadas terem dito também no Twitter que "as operações continuam a derrotar a rebelião” dos paramilitares.

"Estão a ser consideradas as regras e os princípios de combate para garantir a segurança dos civis", lê-se na declaração do exército.

Entretanto, as RSF disseram que os militares egípcios detidos durante o fim de semana no aeroporto de Meroue (norte) estão a ser transferidos para a capital, Cartum, horas depois de o porta-voz do exército Nabil Abdullah ter dito que os militares tinham tomado o controlo das instalações.

"As RSF anunciam a transferência para a capital, Cartum, dos cidadãos egípcios que se encontravam no aeroporto de Meroue após os confrontos que tiveram lugar no sábado com as forças golpistas", afirma-se na declaração, em que se assegura que os militares detidos "estão em segurança" e "serão entregues (às autoridades egípcias) quando a oportunidade surgir".

O Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, disse na segunda-feira que o Cairo estava pronto a desempenhar um papel de mediação na crise e salientou que os militares detidos pelas RSF em Meroue estavam numa missão de treino com forças sudanesas, dissociando-as de qualquer das partes em conflito.

Ainda no contexto de ofertas de intermediação da crise, as autoridades internacionalmente reconhecidas na Líbia expressaram a sua vontade de desempenhar um papel de "mediação" para tentar resolver o conflito entre o exército e as RSF, que entrou no seu quinto dia e tem o seu epicentro em Cartum.

A ministra dos Negócios Estrangeiros líbia, Najla al Mangush, transmitiu ao seu homólogo sudanês, Ali al-Sadiq Ali, a "disponibilidade da Líbia para mediar as partes sudanesas para responder aos apelos à paz e retomar o processo político para alcançar segurança, estabilidade e desenvolvimento".