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STP de olho na zona euro para alavancar a sua economia

12 de setembro de 2012

O investimento estrangeiro em São Tomé e Príncipe está comprometido devido à crise na zona euro. Apesar de tudo é nesta zona onde os actores económicos do arquipélago vêm uma luz no fundo do túnel para se salvarem.

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Dinheiro de São Tomé e Príncipe
Dinheiro de São Tomé e PríncipeFoto: Edlena Barros

O acordo de paridade cambial fixa entre a moeda santomense, dobra, e a moeda da zona euro, o euro, em São Tomé e Príncipe está em vigor há três anos. Depois deste período os economistas, operadores económicos e governo decidiram fazer a avaliação deste tratado, tomando como pano de fundo a crise na zona euro. A governadora do Banco Central do país, Maria do Carmo Silveira, lembra que "neste contexto os investimentos [em STP] ficam comprometidos" e por isso defende que a solução tem de ser encontrada ao nível do arquipélago: "Tudo depende da nossa capacidade de criar no âmbito interno um quadro para atrair investimentos."


Maria do Carmo Silveira direciona-se agora para os operadores económicos, aconselhando-os ainda a estabelecerem parcerias com os empresários portugueses numa nova perspetiva: "Temos de trabalhar para promover o empreendedorismo nacional, os nossos empresários devem estar preparados para aproveitar as potencialidades deste acordo. A número um do Banco Central está certa de que "neste campo há muito por fazer".

O estado da economia

Potencial turístico de São Tomé e Príncipe está pouco explorado
Potencial turístico de São Tomé e Príncipe está pouco exploradoFoto: DW

Não obstante o ambiente económico ser desfavorável em São Tomé e Príncipe, e sendo uma economia pequena e aberta, dependente das ajudas externas, o arquipélago, obteve ganhos na política de estabilidade macro económica, garante Américo Ramos Ministro das finanças e cooperação internacional que apresenta alguns números: "STP tem conseguido desde 2008, com a redução da taxa de inflação anual de 27,6% para 11,9% em 2011, a redução do defice fiscal primário de 7,8% em 2007 para 3,4% em 2011, e um Produto Interno Bruto (PIB) de crescimento em torno dos 5%."

Relações económicas pouco diversificadas

A par dos apelos e números satisfatórios há também críticas. Agostinho Rita, vice-Presidente da Associação dos economistas de São Tomé e Príncipe, é de opinião que as autoridades santomenses não souberam tirar proveito do regime cambial fixo entre a dobra e o euro, assinado entre STP e Portugal.

Para ele não houve registo de aumento de investimento estrangeiro em São Tomé, mas apontou a opção âncora para a economia do país: "STP é o principal importador de Portugal, então a melhor opção económica é a zona euro. A zona do franco c.f.a não tem expressão para STP, apenas algumas pequenas importações feitas pelo Gabão, mas em relação ao resto do continente africano STP não tem grandes relações comerciais."

A previsão do Banco Central santomense para este ano é de um crescimento de 4 por cento. Esta projeção do executivo são-tomense reviu em baixo as primeiras previsões de aumento de 5 por cento. As previsões do governo ficam aquém das projetadas pelo relatório Perspetivas Económicas de África para 2012, que apontam para um crescimento da economia de 4,4 por cento.

Autor: Ramusel Graça (em São Tomé)/Lusa
Edição: Nádia Issufo/António Rocha

29.08.12 STP - Dobra/Euro - MP3-Mono